segunda-feira, 31 de maio de 2010

O "How" e o "What" é importante, mas o "Why" é muito mais

O que diferencia os que ocupam posições de liderança e os que lideram empresas por meio de um processo que inspira os outros a fazer coisas nunca pensadas. Simon Sinek argumenta que líderes como Steve Jobs da Apple conseguem inspirar sua equipe para criar grande inovações uma atrás da outra usando um padrão de comunicação e orientação. Esta diferença está em que estes líderes se focam no "Why" e não no "How" ou o "What". Isto é sobre um padrão natural, um modo de pensar, agir e comunicar que dá alguns líderes a habilidade de inspirar aqueles em torno deles.
Dentro da lógica de orientação ao cliente saber Quem (Who) necessita o Que (What) deve ser mais importante do que o Por que (Why) ? Não..não. O Why define uma questão fundamental dentro do pensamento sistêmico de um líder e que faz parte do pensamento estratégico. Isto é o que chamo a definição de Propósitos e se tornam em si mais importante para guiar uma equipe do que saber o que e o como fazer. Isso somente tem sentido quando as coisas são esclarecidas por meio de uma Visão, Missão e um conjunto de Valores, que posso afirmas quando assimiladas pelo líder, este obtem contéudo inspirador para declarar o Why das coisas.



Imitar é melhor negócio do que Inovar? (Parte I)

No mundo das teorias da gestão do desenvolvimento e marketing de novos produtos, existem duas opções estratégicas alternativas de desenvolvimento de produto, basicamente são:

1. Estratégia reativa (melhor detalhamento na tabela abaixo)

2. Estratégia proativa:

  • pesquisa e desenvolvimento
  • marketing
  • empreendedorismo
  • alianças


Estratégia Reativa

Exemplo

defensivo: proteger a lucratividade de produtos-serviços existentes, como também de contra ataques de concorrentes.

A reação da TIM, Vivo e Claro contra as investidas de novos serviços e propostas de valor da Oi (desbloquear e portabilidade). Mexida enorme do mercado criou guerra de preços e investimentos pesados em promoção e redução das suas grossas margens.

imitativo: baseado em copiar rapidamente um novo produto antes que para o fabricante original seja assegurado seu sucesso. Também conhecida como "me too Strategy".

Acontece muito no setor da moda e móveis onde a cópia é uma constante. Aconteceu também com o sucesso bebida H2OH da Pepsi (criando um novo mercado) que atraiu imitadores. A Coca Cola foi a primeira imitadora ágil com o Aquarius, logo depois mais alguns entram seguindo a tendência.

segundo porém melhor: neste caso não somente copia, mais tenta adicionar outros atributos que o melhoram como produto e também seu posicionamento.

Para esta estratégia temos vários exemplos para quem possa se localizar no tempo: No mundo das planilhas o Excel (Microsoft) ganha do Lotus 123 (Lotus depois IBM). Os redatores MutiMate da Softword Systems Inc. e o WordPerfect no mundo do MS-DOS. No surgimento do Windows o domínio da Microsoft e seu Suite MS Office foi realmente um killer product.

responsive: significa reagir às solicitações dos clientes. Usuários de vez em quando modificam instrumentos e melhoram equipamentos que usam, assim fabricantes podem identificar novas oportunidades.

Fabricantes de móveis de escritório basicamente descobriram oportunidade no desenvolvimento das estações de trabalho e o uso intensivo de PC e Impressoras solicitado pelos clientes que no início adequaram seus móveis. O Teflon da Du Pont é outro que nasce assim, foi solicitado a criar e fabricar produtos para cozinha.

Tirado do livro “Design and Marketing of New Products de Glen L Urban e John R. Hauser. Editora Prentice Hall de 1993.”


A opção estratégica reativa sempre foi muito usada pelas empresas. Vamos dizer a muito tempo é uma escolha normal e permanece coberta por uma aura que a estigmatiza. Embora toda esta imagem ruim ela não intimidou muitos empreendedores, as imitações ou mesmo cópias de sucesso antes que a do inovador pode ser uma melhor maneira de crescimento e lucratividade para muitas empresas.


Me formei em engenharia mecânica e fiz mestrado em engenharia produção com concentração em engenharia de produto. Tive algumas disciplinas em metodologia de projeto de produtos (
product design methodology). O tema engenharia reversa naquele tempo era tratado de forma muito incipiente ou mesmo evitado e mencionado com muita reserva. O assunto sempre esteve no olho dos codificadores da ética e bons costumes, que praticamente moldaram nossa estrutura de ensino de projeto de produtos, colocando o assunto engenharia reversa fora do escopo de ensino aprendizado. Entre os poucos livros nacionais sobre a matéria projeto de produtos, eu poderia dizer entre os mais sérios que temos sobre o assunto no Brasil, tratam o tema de forma tímida e até mesmo como algo não aceitável e não relevante para um livro de ensino superior. O novo livro do meu professor de projeto de produto, Dr. Nelson Back e os professores André Ogliari, Acires Dias e Jonny Carlos da Silva, sob o titulo: Projeto Integrado de Produtos: Planejamento, Concepção e Modelagem. O livro trata o tema engenharia reversa em aproximadamente uma página e algumas linhas, pelo que percebi continua o tratamento como um tema que precisava somente ser mencionado.

O paradigma "Não Inventado Aqui" faz parte do nosso modelo mental que acredito deveria ter mudado a muito tempo, teríamos aprendido muito copiando sem quebrar leis de propriedade intelectual é claro. O Vale do Silício e todas suas grandes empresas apresentam em seus históricos passagens cheias de estratégias de usar a cópia como base de seu sucesso. A Apple copiou da Xerox-PARC o conceito do mouse e do GUI (Graphical User Interface) a interface gráfica do usuário para criar o Sistema Operacional para o Macintosh e seguidamente a Microsoft copiou o conceito GUI da Apple para criar o Windows.


Observando e pesquisando a história como as grandes empresas japonesas se tornaram em potências de projeto de produto consegui formar algumas crenças. Uma delas é que parte das armas secretas do arsenal de P&D das empresas japonesas era a engenharia reversa como parte fundamental do processo de aprendizado acelerado. Esta abordagem os conduziu a entender e dominar tecnologias comendo etapas de pesquisas. Dentro da abordagem da engenharia reversa algumas ferramentas se destacam como é o caso do Delineamento de Experimentos (DOE). Quando os americanos descobriram que seu uso no Japão era intenso. Além do agito no mundo acadêmico a declaração de um gerente de uma grande empresa japonesa que afirmo que um engenheiro que não domina DOE não é um engenheiro surpreendeu os membros das missões americanas na busca por respostas da forma japonesa de tratar a qualidade e o uso de técnicas e métodos avançados de estatística. O DOE por um tempo se tornou um tema importante junto com o QFD e deu muito o que falar nos anos 90. O DOE tem origem no setor de pesquisas agricolas na Inglaterra e muito praticado nas áreas químicas e biológicas pelos americanos. O DOE e outras técnicas foram vendidas para os americanos como uma ferramenta que fazia parte do TQM Japonês ou mais uma das ferramentas da qualidade e se popularizou como tal junto com a sua versão moderna conhecida como Método de Taguchi. Curioso é que não foi dado o crédito ao uso do DOE na manufatura como uma dos principais instrumentos utilizados para realizar engenharia reversa. O próprio Taguchi relata que o Japão após a II Guerra era dependente tecnologicamente dos switches de telefonia de fabricação americana. No caso a NTT (Nippon Telephon and Telegraph) teve a missão de livrar o Japão desta dependência. Pegou e aplicou engenharia reversa aos Switches americanos. Utilizou o DOE, pesquisando através de experimentação altamente eficiente mais de 1000 variáveis do artefato, levando a rapidamente o Japão desenvolver e produzir os seus próprios switches de telefonia.


Somente como curiosidade para entender um pouco do potencial do DOE, se voce tivesse que investigar 10 variáveis e pudesse ter controle sobre estas variáveis em 3 níveis cada uma (exemplo: uma variável poderia ser temperatura de um processo e os níveis seriam 120oC, 180oC e 240oC) e que para encontrar a melhor combinação usando um fatorial gerando um número de possíveis combinações para achar a que resulta no desempenho mais perto do ótimo, seriam necessários testar mais que 59000 combinações. Com o DOE este número cai substancialmente, podendo chegar a uma combinação perto do ótimo no menor tempo e menor custo.


Poucos engenheiros entendem de DOE e pelo que conheço do trabalho de um engenheiro esta deveria ser uma das principais disciplinas de domínio para um engenheiro que se forma. Pode ser Método Taguchi ou o DOE ocidental como é o Response Surface dos autores americanos conhecidos por Box and Hunter2 .


A imitação é algo que se deve colocar mais claramente na mesa da estratégia da empresa e o uso de métodos apropriados. Existem várias obras sobre o assunto, mais quem trabalha o assunto que eu gostei muito é a proposta dos Professores Kevin N. Otto e Kristin L. Wood professores de Projeto de Produto de Engenharia (ver paper)


Metodologia de Engenharia Reversa e Reprojeto

terça-feira, 4 de maio de 2010

A PETROBRAS entre as top 50 das empresas mais inovadoras do mundo em 2010

Uma boa notícia para o Brasil estar bem representada entre as principais e a unica na América do Sul, mas enquanto isso os asiáticos vão ocupando espaço.

Mesmo na posição 41º a Petrobras é a única empresa da América do Sul este ano a fazer parte do ranking criado em 2005 pela Bloomberg BusinessWeek. Uma pena não poder enxergar outra empresa brasileira que possa ocupar um lugar nesta lista seleta. Pelo perfil das empresas que ocupam o quadro mostra que qualquer outra empresa brasileira que deseja entrar vai ter que inovar muito. Outros rankings mostram que o Brasil como um todo não está nada bem no que tange a inovação. Pelo ranking do INSEAD estavamos no rank 40º em 2007-2008 entre 132 nações, em 2008-2009 a coisa ficou feia fomos para no rank 50º. O terrível é que entramos em um processo de pioria continua, vejam o que aconteceu no ranking de 2009-2010 chegamos mais fundo a um vergonhoso 68º. A grande influência do ranking são a infra e o ecosistema que favorece a inovação. O ranking do INSEAD é impressionantemente dinâmico. A crise global também influenciou mudanças na liderança no ranking.


Vejam a lista dos 10 de 2008-2009 no ranking GII (Global Innovation Index):

1. United States

2. Germany

3. Sweden

4. United Kingdom

5. Singapore

6. South Korea

7. Switzerland

8. Denmark

9. Japan

10. Netherlands


Os Top 10 de 2009-2010 são hoje:

1. Iceland

2. Sweden

3. Hong Kong, China

4. Switzerland

5. Denmark

6. Finland

7. Singapore

8. Netherlands

9. New Zealand

10. Norway


A pesar dos pesares é bom ver a Petrobras na briga e pelo que consta a lista é das “grandes” empresas e não somente em tamanho senão em capacidade de ser diferente e com uma cultura de inovação forte. Há muito tempo lemos e ouvimos das proezas da inovadora Petrobras e pelo que percebi que está entre poucas no setor de energia da lista dos mais inovadores, e isso é importante visto que o futuro está apontando para a energia como o grande problema que será enfrentando por todos no planeta. Também estamos cientes e advertidos pelos principais pensadores e especialistas que apontam a necessidade de soluções inovadoras sustentáveis. A revista Exame aponta:

Segundo o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Carlos Tadeu Fraga, os projetos em andamento considerados mais inovadores são a perfuração de poços em águas profundas, o processamento submarino do petróleo produzido, a formulação de novos combustíveis, liquefação do gás natural a bordo de navios, produção de bio-combustíveis a partir de resíduos vegetais - como o bagaço de cana de açúcar, o reuso de água nas instalações industriais e a captura e o armazenamento de CO2 gerado nas operações industriais.

Fraga explica que a Petrobras usa parcerias tecnológicas com universidades e centros de pesquisa para desenvolver os estudos. "A empresa trabalha em conjunto com cerca de 80 instituições nacionais de pesquisa e desenvolvimento, espalhadas por 19 estados do País", completa. O investimento anual neste ramo tem sido de cerca de R$400 milhões, calcula o gerente. (Fonte Exame)

Este é um marco importante e faz parte dos vários sinais que a hegemonia americana mesmo ocupando os primeiros lugares está perdendo espaço (Apple, Google, Microsoft e IBM), o sinal forte é a tendência favorável para os asiáticos - 15 dos (Top) 50 são da Ásia.

The shift is more apparent when this year's class is compared with the first ranking in 2005. Back then, only six of the Top 20 were headquartered outside the U.S., vs. 13 of 25 this year. In addition a third of 2005's American champs—such names as 3M (MMM), Starbucks (SBUX), and eBay (EBAY)—no longer make the Top 50. (Fonte: Bloomberg BusinessWeek)

Para variar os chineses, koreanos e a silenciosa Singapura e Taiwan estão ocupando o espaço entre os inovadores que dominam o espaço, os japoneses estão caindo na lista, acho que estão muito ocupados em resolver os problemas de mais uma de suas crises econômicas.

Existe uma tendência que novas empresas do gigante asiático (a China) venham a ocupar cada vez mais posições, mesmo sendo atualmente um seguidor, a briga pela liderança no futuro é muito clara, é somente entendermos que o gigante ainda está acordando de um sono (ou pesadelo) de utopia comuna. Todo mundo fala mal dos produtos chineses e tudo mais, mais vejam claramente, onde são fabricados a maioria dos produtos das grandes empresas que alegam alta qualidade, acham que os chineses não irão aprender como se deve fazer qualidade? Dos produtos japoneses se falava a mesma coisa nos anos 60 e 70. Com todo esse capital concentrado na China acelerará o processo de aprendizado, e a coisa fica mais complicada quando tem qualidade e inovação juntos, o poder aumenta. Uma reportagem de 2003 na BusinessWeek aponta a aposta da China no Design. Quem não sabe que os chineses tem mais de 5000 anos de história em inovação e design, mas estão aprendendo a fazer design para o mundo todo e muito rápido.

That's a big change from a decade ago, when industrial design was virtually unheard of in China. Today the country boasts some 200 design schools that churn out as many as 8,000 graduates a year. Hundreds more top Chinese students are flocking to the best U.S. and European graduate programs in design. "The students are blazingly smart," says Patrick Whitney, director of the Illinois Institute of Technology's design school, which has a cooperative program with Tsinghua University's Academy of Arts & Design in Beijing.

Criar e fabricar (Design & Manufacturing) são componentes quando compostos enriquecem e com um mercado domestico continental a sinergia é poderosa, desvendando a pista que os fluxos de maior valor estarão se concentrando nas rotas e países do pacífico.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Uma batalha foi vencida contra a falta de água potável

Nos anos 90 em plena era da qualidade total o guru da gestão da qualidade Noriaki Kano numa conversa informal foi questionado sobre o futuro da gestão, ele responde, "Sobre o futuro da gestão não tenho nenhuma previsão, mais uma coisa posso ter certeza que vai faltar água, vai". O artigo da revista Negócios (Época) "Água Doce e Mais Barata" de Karla Spotorno traz uma notícia importante para os países que tem problemas com falta de água. Por um lado A Organização Mundial de Saúde apresenta algumas estatísticas assustadoras. Atualmente são mais de 1,2 bilhões de pessoas não dispõem de água potável e se não for feito nada até 2025 o número pode chegar a 1,8 bilhões. Por outro a start up SLATWORKS de Ben Sparrow que após 6 anos de trabalho, melhorou em muito o desempenho do processo de dessalinização, que na atualidade é muito caro pelo alto consumo de energia durante o processo de dessalinização. Esse desafio foi vencido por Sparrow, onde sua solução tecnológica conhecida como termoionica, gasta menos de 80% de energia (elétrica e mecânica) que os processos convencionais atuais.
Acredito, com o tempo este tipo de proposta aumentará o seu valor de mercado. Todos estamos conscintes de que a água se tornará na matéria prima mais valorizada do planeta. Em outras palavras, quando o problema da falta de água se tornar mais profundo, afetando a economia mundial e se tornar em mais um dilema global e um assunto de sobrevivência de muitos, com efeitos sobre as questões geopolíticas como é o caso do petróleo. Este tipo de tecnologia e seu modelo de negócio podem mudar drasticamente o quadro e se tornar numa solução a vários problemas de falta de água ou também podemos fazer como sempre fizemos os "seres humanos", terminaremos complicando mais as coisas.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Inovações Radicais de Florianópolis para o Mundo

É muito interessante ver empresas de tecnologia brasileiras peitando gigantes como Microsoft, é o caso da Sábia Experience resultado de um spin-off da Fundação CERTI. A Sábia faz parte de um seleto número de empresas que desenvolve produtos baseados em tecnologia multitouch. A sua trajetória é cheia de conquistas e diametralmente atual neste mercado de players de peso.


Em 2007 quando a Apple lançou o iPhone colocou em evidência o grande diferencial das tecnologias multitouch. No mesmo ano a Microsoft lançou o SURFACE formalmente, produto sendo desenvolvido baseado em uma idéia gerada em 2001 que somente em 2003 consegue o seu primeiro protótipo após aprovação do próprio Bill Gates.
Um personagem que mudou totalmente o cenário em torno do conceito multitouch é o famoso Jeff Han, o gênio por traz da magia do que é possível com esta inovação tecnológica. Em fevereiro de 2006 Jeff se apresentou no TED, tornando-se em um dos vídeos mais acessados no Youtube.
Um pequeno parênteses, Jeff representa um daqueles famosos lead-users que Von Hippel ensina em suas aulas e livros como a fonte de grandes inovações.
Atualmente a empresa Perspective Pixel do genial Han é contada como o líder em soluções de qualidade desta fascinante tecnologia. Especialistas da iSuppli a apontam como a mais promissora de um mercado de aproximadamente US$ 4,4 bilhões em 2012. Para um mercado deste tamanho as titulares estão realmente determinadas por uma fatia deste mercado. As minhas pesquisas apontam que o número de entrantes continua a crescer, atualmente são 15, em 2007 eram somente oito. O notebook eCog concorre em um mercado em crescimento seja de mercado e concorrência. O jogo é duro, um exemplo disso é a própria Microsoft mostrando suas garras com um pesado merchandising no filme "O Dia Que a Terra Parou", isto mostra o tamanho da encrenca para os novos entrantes. Ao mesmo tempo temos a veterana em produtos de educação a Smart Technologies, que lidera em produtos multitouch (quadros brancos e mesas interativas) voltados para educação e treinamento, ela possui um modelo de negócio orientado a uma proposta de alto valor criando uma experiência e tecnologia razoavelmente robusta e de alta qualidade.
Com este cenário percebo que nestas condições o design dominante está quase escolhido. Percebo que para a Sábia a tarefa agora é se tornar competente na criação e implementação de um modelo de negócio que crie sustentabilidade. Um componente importante do modelo de negócio onde deve ser prestado atenção é a definição da proposta de valor onde os softwares devem acompanhar consistentemente o produto. Os apps são fundamentais para este tipo de produto. Inovações integrando hardware e software, criando uma experiência realmente convincente são a chave para este tipo de negócio e fundamentais para manter o produto fora das commodities. Pelo que li nos jornais estão sendo criadas alianças estratégicas com desenvolvedores de apps. Acredito que aqueles famosos convênios de cooperação não são suficientes para criar compromisso de criar um modelo de negócio sustentável. Acredito que deva ser considerado seriamente a abordagem de inovação aberta como atividade chave, ou seja a gestão da inovação é um daqueles processos fundamentais dentro do sistema de atividades que define a estratégia do negócio, é minha pequena e humilde sugestão.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Na busca do Design Dominante: Os e-readers

Pessoal, estamos testemunhando na prática o modelo da dinâmica da inovação desenvolvido por Abernathy e Utterback em 1978.


Após o lançamentos dos primeiros E-books que não colaram, o surgimento do Kindle da Amazon (com sua proposta de valor razoavelmente convincente) e a pouco tempo surge um novo tablet, o iPad da muito aclamada e temida Apple junto com um conjunto de diferenciais dirigidos aos consumidores de informação multimídia. Estes novos produtos sendo lançados no mercado de forma sistemática com um comportamento do mercado ainda em estado contemplativo sobre os lead users, mostra que o design dominante do e-reader ainda não foi escolhido pelo mercado, mesmo com o Kindle que cresce em vendas de forma consistente e mostra bons resultados na venda de livros em bits, pela reação do mercado ainda estamos em processo decisório.

Estamos na fase transitória como descrito pelo modelo, onde o mercado define qual é o design dominante, como aconteceu com a maioria das inovações de grande influência na vida das pessoas, por exemplo os automóveis, máquina de escrever, o PC, o VCR, etc. As tecnologias são disponíveis que tornam possível estes magníficos instrumentos como é o caso do touchscreen, especialmente o papel e tinta eletrônico da líder E.Ink ou as telas luminosas LED brilhantes como é nova proposta feita pela Apple.

A Forrester Research em seu relatório de 2009 mostra que passamos da fase fluida e entramos na fase transitória :

How Big is the eReader Opportunity?:

“The eReader market is hot: Barely a day goes by without an announcement of a new device release or acquisition. Amazon.com, leveraging its position as a dominant book retailer, has catalyzed the market for eBooks, but that’s just the beginning of the eReader revolution. Competitors will attack Amazon’s market position by launching new features, expanding content beyond books, dominating markets outside the US, reducing costs, and improving relationships with publishers. While frequent book readers drive device and content sales today, the next five years will see an explosion of the eReader textbook market, and in 10 years, the market will be driven by businesses going green in government, education, health, and other sectors. With retailers, mobile operators, and device manufacturers all vying for a piece of the eReader action, publishers should proactively shape their own eReader opportunity — or miss their last best chance to control their own destiny.”

O gráfico abaixo mostra a formatação da fase fluida e de transição.


A maioria dos e-readers lançados são suportados por modelos de negócio, alguns destes, como são os casos de modelos próprios dos grandes representantes da indústria da TI e com poder de bala, são a Amazon.com (Kindle) e a Apple (iPad) em formatação. Quem ficar no meio do tiroteio sem bons mecanismos de defesa pode sucumbir durante o processo de definição do design e modelo de negócio dominantes. Outros modelos de negócio são o resultados de alianças estratégicas entre as grandes, como são a Sony, Barnes & Noble e com e-reader Nook, Microsoft, HP, Google, ASUS, Sangsung, Philips e outros pequenos como é o caso da própria eInk, Skiff, IREX, JetBook entre outros entrantes. Os titulares no mundo editorial, jornalístico e os milhares de autores atualmente sobrevivem no mundo dos átomos, se movimentam para definir seu posicionamento, não apresentando ainda modelos mais convincentes do que Amazon ou o que a Apple pretende tornar viável como fez com a indústria da música com o iPod e o iTune. Porém, os componentes da cadeia ainda apresentam grandes temores com o modelo de negócio que mostra ser mais uma areia movediça para a indústria da informação no universo dos bits. O maior temor está no exemplar mundo da música e temem que aconteça o mesmo com os livros, revistas e jornais impressos, que surjam quebras na cadeia e que os conceitos dos negócios como os conhecemos não consigam mudar, é o caso do jornalismo e os novos players como são os bloggers e do papel dos editores no mundo dos livros eletrônicos, sem falar no que acontecerá com os produtores de papel. Como é sabido no universo dos bits a capacidade de produção e replicação são infinitas à velocidade da internet, como também a capacidade de distribuição global em segundos. Esta realidade conduz à idéia de não conseguir criar modelos de negócio com um modelo de receitas consistente que consiga remunerar os produtos e serviços de qualidade. A opção sendo discutida atualmente no mundo editorial é o modelo de receitas baseada em micropagamentos e transações online. Acredito que tudo isso deverá passar por uma revisão muito profunda dos modelos e seus componentes. Ainda dá tempo, não se pode esperar muito pela mudança ou ser pegos de calça curta como a indústria da música que acreditava que estava na indústria de CD´s.

(ver: UTTERBACK, J.M. Dominando a Dinâmica da Inovação. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996).

quarta-feira, 31 de março de 2010

Uma inovação baseada na filosofia JTBD

Após algum tempo venho observando um problema das pessoas. Como todo mundo sabe o Brasil como país tropical possui muitas cidades que sofrem de chuvas intensas, além de chuvas em algumas cidades elas se juntam a ventos fortes, e isso é realmente chato. Não é preciso imaginar, quase todos temos passado por essa experiência.
Tenho visto muitos inventos sobre guarda-chuva e vejo que a coisa estava muito focada na voz do cliente e não na tarefa que o cliente desejava realizar.
Veja as imagens abaixo, todas elas são circunstâncias dos usuários do lendário guarda-chuva e também soluções focadas em fazer um melhor guarda-chuva e as necessidades que as pessoas identificaram no tempo.




O nubrella mostra que a aplicação do princípio jobs to be done (JTBD) leva a criar soluções verdadeiramente inovadoras mesmo tendo muita gente que ridiculariza o conceito, esta traz uma nova forma de solução para a tarefa de proteger as pessoas da chuva. Talvez esteja faltando solucionar as tarefas emocionais (pessoais e sociais) e não somente as funcionais. A proposta pode demorar em difundir-se porém ela é uma inovação com grande potencial de criar questionamentos para o conceito de guarda-chuva que por séculos utilizamos. Pode ser o início da uma descontinuidade.



No site www.nubrella.com tem entrevistas na ABC news e mais informações sobre o produto.

Ver video no youtube.


sábado, 20 de março de 2010

“Inove - Carreiras & Negócios” realiza mais uma edição

Pessoal recebi esta informação sobre uma excelente oportunidades para os corajosos empreendedores. Como aprendi com o tempo, oportunidades são janelas que se abrem e se fecham, existindo um tempo entre a abertura e o fechamento e esse tempo é claro é singular para cada oportunidade que surge.

O Instituto Gênesis da PUC - Rio oferece mais uma edição do programa “Inove - Carreiras & Negócios”. O Inove tem o objetivo de disseminar a cultura do empreendedorismo, do planejamento e da inovação. O programa, que já reuniu cerca de 4.000 participantes em edições anteriores, tem término previsto para julho de 2010.

Em parceria com o SEBRAE Nacional e SEBRAE RJ o programa tem como finalidade auxiliar empreendedores e potenciais empreendedores com os seus negócios, é inteiramente gratuito e destinado ao público em geral.

O Inove tem duração total de 12h, divididas em três módulos, e iniciado com uma palestra de sensibilização. O primeiro módulo é um encontro que tem por objetivo despertar o espírito empreendedor nos participantes. No segundo, os alunos recebem orientações sobre mercado e inovação, e no terceiro sobre plano de negócios. Para concluir, os participantes que entregarem um plano de negócios e forem selecionados, receberão uma consultoria individual.

O “Inove - Carreiras & Negócios” acontece na Universidade PUC - Rio. Para os interessados em participar no Instituto Gênesis, as inscrições podem ser feitas pelo telefone (21) 3527-1371, pelo e-mail genesis@puc-rio.br, ou no endereço Rua Marquês de São Vicente, 225, Edifício Dom Jaime de Barros Câmara, no bairro da Gávea - Rio de Janeiro.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Oportunidades de Inovação no Boom da Construção Civil

Revisando os cenários do desenvolvimento econômico pelas várias instituições e revistas especializadas de plantão, percebi a abertura de uma janela de oportunidades para inovação de ordem superior. O grande momento do Brasil, especialmente nas áreas da sustentabilidade e construção civil são um fato.
Fazendo uma análise, percebo que várias inovações estão presentes e surgem no setor de construção civil, por outro lado noto que o setor tem muito espaço para melhorar e mesmo inovar em grande escala. A dependência em habilidades profissionais com quase os mesmos processos construtivos preservados a muito anos se mantém com raízes profundas.
Observando a cadeia de produção da construção civil existe muito campo verde para inovar, sejam os próprios processos e a gestão da produção, logística, tecnologias de matérias primas que favoreçam o processo construtivo, engenharia de produto e de processo andando juntos. Até mesmo os modelos de negócio existente entre os membros da cadeia, sejam estes escritórios de engenharia e arquitetura, construtoras, incorporadoras, empreiteiras, fabricantes de matéria prima, imobiliárias, etc. Todos estes componentes se organizam e configuram na tentativa de melhor entregar e capturar valor, porém os modelos de negócios atuais os considero ainda tradicionais e conservadores.
Muitas oportunidades surgem e esta realidade exige um repensar em como criar valor superior, é onde os modelos de negócio inovadores podem melhorar a forma de capturar valor de mercado com mais eficácia. Devemos prestar atenção os setores de transformação e manufatura que tem evoluído de forma considerável. Na maioria dos casos foi repensada toda a cadeia, conduzindo a criar maior valor, ao aproveitar a onda da globalização mudanças surgem todos os dias e o que conhecemos de indústria de transformação mudou profundamente sua dinâmica, ampliou o acesso e se criam diariamente melhores oportunidades de consumo, visto a possibilidade de redução do custo unitário, mantendo a qualidade e penetração em todas as camadas do mercado.
O pensamento básico que inovação precisa de mudança nos modelos mentais e exige a quebra de paradigmas é outro fato que os membros da cadeia precisam absorver. Um exemplo da quebra de paradigma é Sidnei Borges dos Santos, de 34 anos da construtora BS que hoje fabrica casas pré-fabricadas de 36 a 120 metros quadrados. O menor módulo custa 40 000 reais. O maior sai por 250.000 reais. O sistema de produção se assemelha ao deuma linha de montagem de carros. Com esse sistema, a BS Construtora, fundada em 1994, fabrica atualmente 19 casas por dia. Outras inovações ou propostas de mudança vão surgindo, o céu é o limite.