segunda-feira, 27 de julho de 2009

Inovação urgente no modelo de negócios dos Jornais Impressos

A crise está presente no mundo do jornalismo impresso, o seu modelo de negócios está em processo de esgotamento e é urgente repensá-lo.

Quando você olha para o mundo do jornalismo impresso, você deve perceber alguns fatores que afetam o seu modelo de negócios e essencialmente as mudanças impulcionadas de como a informação flui especialmente pela internet e os diversos mecanismos sendo criados neste meio. O Google pode ser considerado o grande provocador no destino do valor que sai da indústria dos jornais para o novo modelo de captura de valor. Como Slywotski esclarece, não é que se crie mais valor no mercado, em muitos casos é o fenômeno conhecido como migração de valor. Migração que ocorre no valor de um modelo de negócios obsoleto para outro modelo mais aderente ao contexto do mercado e prioridades dos clientes. No mundo em mutação este fenômeno acontece com bastante frequência. Como exemplo temos, o valor da IBM migrou para modelos de negócios como Microsoft, Intel e Dell.

É notório que o modelo de lucros está sendo afetado profundamente visto que se perdem ano a ano os anunciantes e que na realidade é o único fator no modelo de lucros do modelo. Por mais que tenha sua importância e relevância no sistemas livres o jornalismo em papel está em processo de mudança drástica. Novas e diferentes formas de anunciar pela internet surgem, até mesmo de forma gratuita, ruindo assim o fluxo de receitas dos jornais que dependem pesadamente de anunciantes. Alias que ficou fragilizado e por ser um mundo que migra para uma visão de informação gratuíta ou para um modelo conhecido por Freemium como Chris Anderson, criador do conceito Cauda Longa nos apresenta este novo pensamento, que prevê que tudo deverá ter a proposta gratuíta na internet. Veja o que homem nos diz do que nos espera o futuro (Estadão): "O preço padrão da internet é o grátis", disse Anderson...... "Às vezes, grátis significa realmente custo zero, às vezes, que o preço foi subsidiado com anúncios. Outras vezes ainda quer dizer freemium: uma combinação entre uma oferta gratuita e a versão lapidada ou exclusiva, oferecida mediante o pagamento de uma assinatura."

O jornal New York Times apontou quedas de 27% nas receitas e um cenário realmente decadente. Um gráfico publicado pelo mesmo mostra que a coisa realmente está feia para os jornais nos Estados Unidos.


Acredito que os jornais brasileiros devem estar olhando seus pares do primeiro mundo e vendo que as notícias correm mostrando que a coisas vai ficar mais feia com o tempo. A esta altura acredito que o muitos parâmetros de desempenho dos Jornais devem apresentar as cores vermelhas com mais frequência dos jornais locais, principalmente sabendo que o Brasil é o sétimo em usuários de Internet no mundo. É necessário e é hora de pensar em novos modelos de negócios para os jornais. Os gringos estão tentando encontrar saídas por meio de inovações disruptivas.

O projeto que os norte americanos onde estão tentando saídas disruptiva é conhecido como Newspaper Next:

Newspaper Next is an ambitious, year-long project undertaken by the American Press Institute toresearch and test viable new business models for the newspaper industry. Understanding that thebest answers will come from a broad spectrum of thinking, API has retained innovation consultingfirm Innosight LLC and has impaneled a task force of visionaries and thought leaders to collaborate on this important work.

Lembro a pouco tempo aqui na Grande Florianópolis um modelo de jornal popular foi lançado para as classes D e E. Acredito que pode funcionar para aliviar o declínio nas receitas, porém se este for lucrativo como espero que seja, mais nem tanto como são os anúncios volumosos de final de semana dos principais jornais da cidade. Por um lado vejo isto como uma saída paliativa e por outro vejo que no mínimo este pode ser o tipo de modelo negócio de jornal impresso que sobreviva nos próximos anos.

Jornalistas e homens de negócios de mídias é hora de colocar a cabeça para funcionar, não se deve esperar e apostar para ver o que os outros países farão, talvés não vai dar tempo suficiente para mudar e acredito que será tarde de mais, principalmente por que a compressão do tempo é uma qualidade deste século e pelo que vejo é um tremendo de um problema para resolver.

Nintendo: os números mostram o poder de uma inovação

Nintendo um caso de inovação de ordem superior e também retratada como uma inovação disruptiva ou também uma estratégia de Oceano Azul. Seja o tipo de inovação que os gurus querem dar para o caso Nintendo, esta transformou a indústria de eletrônicos no Japão e no mundo.

No início dos anos 2000 dava para sentir que Nintendo logo iria sucumbir no meio a uma guerra de jogo duro entre dois consoles de empresas peso pesado, Xbox (Microsoft) e PlayStation (Sony). Porém um gênio e salvador da pátria, Shigeru Miyamoto criou um console (Wii) com uma proposta de valor muito convincente, de um produto diferenciado em seus atributos, apoiado por uma estratégia e composto de marketing (produto, segmento e precificação) inovador, criando uma inovação de ordem superior em todos os sentidos.

O produto surpreendente Wii foi capaz de mudar as regras do jogo, desbravando o mercado de não consumidores e ganhando com isso um valor de mercado do tamanho de um dos grandes Keiretsus japoneses, a Marsushita dono da marca Panasonic. Estamos falando de valores de empresas entre as top 10 japonesas, junto com a Toyota, Canon e Honda e melhor ainda acima da própria Sony que foi o líder supremo do setor de vídeo games desde 1995. Hoje a Sony Corp. não para de apanhar, por um lado a Sansung, Sharp e Apple e por outro a Microsoft e algo da própria Nintendo, fora as perdas no mercado de entretenimento (cinema e TV).

Vejamos um pouco os números que retratam melhor este caso que já surpreende desde 2007. O valor da empresa no auge dos primeiros meses do Wii, sozinha transformou uma empresa em processo de extinção na número 5 entre as Top 10 japonesas, variando o seu valor de mercado entre $ 75 a 85 bilhões de dólares. Outros números por traz da Nintendo comparando os seus pares não deixam dúvida quando falamos em lucratividade.

Mon Jul 27, 2009 5:17am EDT
 (For accompanying story double-click on [ID:T66331]
TOKYO, July 27 2009 (Reuters) - Japan's top electronics and
video game makers kick off April-June results this week and the
next.
Following are the mean consensus forecasts for quarterly
operating profit and for the whole business year as compiled by
Thomson Reuters, as well as the companies' own estimates for

the year.
Canon Inc reports on Tuesday, followed by Sony Corp, Sharp Corp
and Nintendo Co Ltd on Thursday, and Panasonic Corp on Aug. 3.
The four companies' business year ends on March 31, while
Canon closes its books on Dec. 31.
All figures are in billions of yen. Numbers in parentheses
next to the company name show the number of analyst forecasts
used to calculate consensus figures for the quarter.
Numbers in parentheses next to figures are percentage
changes from a year earlier.
                    OPERATING PROFITS
             APRIL-JUNE       2009             2009
(consensus, pct) (consensus, pct) (company, pct)
CANON (4) 47.4 (-70) 174.0 (-65) 180.0 (-64)
=============================================================
             APRIL-JUNE       2009/10          2009/10
(consensus, pct) (consensus, pct) (company, pct)
SONY (3) -92.8 (--) -118.8 (--) -110.0 (--)
SHARP (4) -30.1 (--) -3.9 (--) 50.0 (--)
NINTENDO (3) 74.5 (-38) 510.5 (-8) 490.0 (-12)
PANASONIC (4) -53.6 (--) 54.4 (-25) 75.0 (+3)

(Reporting by Kiyoshi Takenaka; Editing by Anshuman Daga)

A minha percepção que dentro da Nintendo será necessário criar muito mais para manter esta posição e experimentar coisas nunca pensadas. Como é o caso agora Miyamoto anunciou que está propondo um artefato para medir os sinais vitais e assim criar uma nova experiência de interatividade. Pelo cenário de oceano azul criado pela Nintendo tem um espaço enorme de oportunidades para explorar. O gráfico abaixo mostra como ´os números da Nintendo são consistentes com uma inovação comparando Nasdaq, S&P e a própria Sony. Se pode ganhar muito dinheiro investindo em inovações disruptivas como Chistensen recomenda, é tiro e queda diz. O único é saber identificar onde estão estes negócios com proposta de valo disruptivas, ele afirma que ganhou normalmente em torno de 34 a 37%, investindo em disruptores.

Podemos concluir que este negócio não é brincadeira, é uma coisa muito séria!

O Valor da empresa teve seus altos e baixos, mais aida mostra força com toda essa crise.

Veja o que BusinessWeek diz sobre esta guerra do consoles de VG.

sábado, 18 de julho de 2009

Dois atores mostram como é importante um processo de inovação



Chris Rock e Will Smith são reconhecidos como os mais bem sucedidos afro americanos no mundo do entretenimento. Ambos possuem um processo de inovação singular e que normalmente está nos livros sobre inovação e recomendado pelos professores.

Chris Rock cresceu em popularidade e atualmente é um comediante de nível global, suas apresentações em teatros no mundo afora (principais cidades dos Estados Unidos, Johanesburgo, Londres, Sidney e etc.) mostram que conseguiu uma posição superior no mundo competitivo do entretenimento. Chris pratica um processo de inovação baseado na experimentação. As piadas que são apresentadas no seu show são o resultado de milhares de pequenos experimentos, dos quais alguns funcionam e outros não. A lógica do funil e experimentação são muito úteis para Chris. O sistema funciona essencialmente realizando pequenos experimentos de baixo risco a uma plateia de 30 a 40 pessoas em locais perto de onde mora. Cada veia de humor está anotada e são avaliadas e todos os fatores que Chris testa e com isto determina os passos seguintes de forma a criar novos shows.

Por outro lado temos Will Smith, que no ano de 2007 lançou "Eu Sou a Lenda" que faturou na estreia 77 milhões de dolares, comparado com o resto da indústria, que para muitos este foi considerado um ano ruim. Em 2008 com o filme "Hancock" rendeu U$ 625 milhões.

Smith está entre os Top 10.

# 8 Will Smith

Total box office revenue of his films: $2.52 billion

Total number of films*: 19

Average per film box office revenue: $132.7 million

Biggest box office smash: Independence Day- $306.2 million


Estes números mostram claramente que se Smith possui um sistema, este funciona.


O que interessa é que Smith criou um processo baseado em Inteligência Competitiva para acertar na sua carreira em Hollywood. O ator e seu gerente de negócios estudaram um lista das 10 maiores filmes em resultados de todos os tempos e descobriu padrões que utilizou muito bem na sua etratégia (dados tirados das revistas Times e BusinessWeek). O resultado do estudo mostrou:

  • Dos 10 maiores 10 tinham efeitos especiais
  • Nove dos 10 tinham efeitos especiais com criaturas
  • Oito dos 10 tinham efeitos especiais, criaturas e uma história de amor.

Parece simples mais esta informação criaou um diferencial competitivo e uma posição que rendeu muito para o ator, sem querer desmerecer o seu talento. No filme que rendeu um Oscar interpretando Muhamad Ali, Smith foi realmente genial, alias não tinha criaturas e nenhuma historinha de amor.




sexta-feira, 17 de julho de 2009

Google inovando e buscando briga


O Google Wave um produto inovador que surpreende mesmo sem poder testá-lo ainda, a minha percepção é que vai ser um verdadeiro tsunami. O confronto agora direto de Jogo Duro, Google x Microsoft resulta numa batalha sem piedade e sem reféns.

Acabo de ver o vídeo de apresentação dos gestores do novo e poderoso produto da Google, o Google Wave. As funcionalidades do novo sistema devem ter deixado as turmas da poderosa Microsoft de perna bamba. Percebe-se uma estratégia como George Stalk da BCG a denomina de Hardball Strategy (HBR de Abril de 2004). A Google com este movimento, ao mesmo tempo que cria maior valor ao negócio, possibilita a eliminação do mundo WEB da grande e que alguns anos atrás eu acreditava seria inconcebível a sua derrota. Lembro de certa vez numa entrevista o CEO de uma empresa de antivírus, se mostrava muito satisfeito de estar em um negócio, onde Microsoft não tinha interesse. Na realidade a nova onda (Google Wave) é poderosa, capaz de mudar o mundo. A forma como usamos a web deverá continuar a mudar, é claro que a Google ditará as regras do jogo.

Continuando com o pensamento, acredito que esta plataforma é uma proposta que criará sem dúvida uma onda destruidora. A Google anunciou a pouco tempo a sua entrada no mundo dos OS (sistemas operacionais), que evolui do reconhecido browser Chrome para o Chrome OS, em estágio de baixa performance por enquanto e focado nos Netbook (até parece...).

Podemos já pensar o que acontecerá com o MSN, presente em todo computador com o OS Windows. Posso prever sem bola de cristal que este tem os dias ou meses contados. Uma parte da estratégia está em atrair o pessoal que gosta de redes sociais, ou seja, por isso se espera uma migração em massa para o Orkut, é claro fora do Brasil. O pessoal que usa Smartphones também possivelmente migrem para o sistema pelas possibilidades de alternativas de comunicação e colaboração muito criativas. Junto com isto os endereços de e-mails poderão mudar em números surpreendentes para esta plataforma ou outras que aderirem, visto que o código é aberto. Os apps que serão criados por meio de uma abordagem aberta de inovação criam uma oportunidade realmente grandíssima para o mundo web e de quem vive dela.

O resto que ficará no meio do tiroteio pode pagar caro. Acredito que este conflito vai criar “balas perdidas” que podem acabar com muitos negócios em atual incubação ou também podem ser verdadeiras oportunidades para quem quizer ser um Google partner.

Não é necessário muitos neuronios para perceber que este será um ataque direto de jogo duro e que reconheçamos é uma empreitada de verdadeiras inovações de ordem superior, e totalmente aderentes à teoria Schumpeteriana de destruição criativa!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Inovação em Santa Catarina não é brincadeira

As empresas catarinenses mostram que crise é sinônimo de oportunidade. A pesquisa da FIESC mostra claramente que os empresários em SC este ano devem meter a mão no dinheiro para investir em inovação, e o curioso, deve ser mais do que em 2008.

A pesquisa da FIESC mostra que entre 72 empresas pesquisadas, 81% pretendem aumentar os investimentos em inovação este ano frente ao ano passado.

Entre as empresas pesquisadas temos pequenas (13%), médias (45%) e grandes (42%) de 15 segmentos industriais. Estes apontam que a diferenciação e criar novos produtos é a forma encontrada para manter o crescimento e competitividade. Também os pesquisados mencionaram que a otimização e a inovação dos processos e novas estratégias de mercado e marketing seriam prioridade. O levantamento também mostra que para manter a competitividade, a posição de mercado e a lucratividade 87% das indústrias planejam investir em inovação no período de 2009 a 2011.

Vejo que os empresários em Santa Catarina sabem muito bem o que deve ser feito. Quando se enfrenta uma crise não se pode ficar esperando que a coisa melhore e depois começar a pesquisar e desenvolver para aproveitar as oportunidades que os cenários mostram, não dá tempo mesmo. É a clássica abertura da janela de oportunidade que a NASA usa quando lança seus brinquedos para o espaço, se não aproveitar na hora ela se perde.


terça-feira, 7 de julho de 2009

Empresas Brasileiras Enfrentam a Crise Inovando

Um grupo seleto de empresas grandes, médias e pequenas está mostrando que seu sistema operacional de inovação funciona e que a liderança percebeu não semente dificuldade na crise mais também oportunidade.

Para alguns a primeira iniciativa para lidar com a crise é buscar redução de custos, porém para outros a decisão é manter a estratégia e deixar viva a função inovação.

A Natura empresa do ano 2009 pela revista Exame, aumentou os seus investimentos em inovação e marketing mesmo com a crise. A política da Natura relacionados a inovação são claros: “Quase 70% da receita veio de produtos lançados nos últimos dois anos - uma evidência de sua capacidade de inovação, apoiada sobretudo no apelo sustentável”.

Para a USIMINAS focada na inovação incremental, criou uma nova estrutura para tratar a inovação com outro referencial, "Até 2011, vamos triplicar nosso investimento anual em inovação, que hoje é de 25 milhões de reais", diz Darcton Damião, diretor de pesquisa e inovação da Usiminas.

A 3M do Brasil desenvolveu uma estratégia de repriorizar e manter os investimentos em inovação. De 45 projetos de novos produtos previstos alguns foram adiados. Outros passaram a receber menos dinheiro e atenção. Mas os projetos que poderiam dar retorno no máximo até 2010 foram colocados em prática.

Também a Catarinense Embraco (Compressores) aposta em inovação radical não somente de produtos (compressores pequenos do tamanho de uma caneta) mais também terá que pensar no modelo de negócio.

Ver detalhes:

Criatividade + Retorno = Inovação

Um ano para ficar na história

O Diário Catarinense publicou como algumas empresas catarinenses encaram a crise com iniciativas que empresas normalmente deixariam para depois da crise. A Carbonífera Criciúma (Carvão), Muller (Eletrodomésticos), Duas Rodas Industrial (alimentos) e Dígitro (TIC) são exemplos de empresas com estratégias de investimentos em plena crise, investindo em inovação tecnológica, crescimento e ampliação de mercado.

“Apesar da turbulência global, alguns empresários catarinenses tiraram as cartas da manga ao focar em novos mercados, desenvolvimento humano, diferenciais ambientais e inovação tecnológica para driblar a crise e surfar boas ondas mesmo em mar agitado. Na diversificada economia de SC, há casos de sucesso nos principais setores, inclusive naqueles mais abalados pela recessão global.” Diário Catarinense, 5 de julho de 2009.

Empresas com consciência de um mundo em mutação, descontinuidades e da necessidade de possuir um sistema operacional robusto, conseguem sobreviver na nova arena competitiva baseada em capacidade de adaptação e saindo da velha prática do ombro a ombro ou da cotovelada.

“Não é o mais forte nem o mais inteligente das espécies que sobrevive, é aquele que melhor se adapte às mudanças”

Charles Darwin

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Um inovador de primeira ordem: o pioneiro Michael Reynolds e os Earthships


De tudo que tenho lido e visto sobre inovação, qualidade de vida e sustentabilidade, a contribuição de Michael Reynolds e outros como ele é uma das mais significativas nestes tempos de mudança nos modelos mentais. Este senhor é um arquiteto de primeira ordem e um dos pioneiros do movimento de uma nova arquitetura, que promove a construção de casas com um sólido conceito de sustentabilidade conhecido como Earthships. A difusão do novo design de casas e suas maravilhosas earthships estão se espalhando pelo planeta como é normal a uma inovação de ordem maior. Por enquanto aqueles mais conscientes e acredito o suficientemente espertos surgem no mundo, hoje são mais de 1.000 earthships construídas por Reynolds.

A esperança está em que tenhamos a inteligência de desenvolver e aprimorar suas idéias para serem aplicadas amplamente. Suas idéias de utilizar materiais que normalmente são considerados lixo para construir casas de alto nível de sustentabilidade são de deixar o queixo caído. Imaginem uma casa com custos de utilidade de U$ 100,00 ao ano, é um valor criado que merece mais estudos e uma pesquisa mais séria.

Vejam a entrevista com Reynolds no Wall Street Journal e um SlideShow com suas obras. O video abaixo é interessante também, como sempre o poder da multimídia é poderosa.


Processo A3 da Toyota

Muita coisa tem sido escrito sobre a Toyota Motors Corp.´s e seu sistema de gestão que a consagrou como o gigante da excelência operacional. Quem entra nas instalações de uma fábrica da Toyota pode observar tudo nos mínimos detalhes e será muito difícil identificar algo para melhorar, é realmente um manancial de idéias e inovação de ponta a ponta. Do início ao fim da linha, é impressionante como os paradigmas das linhas de montagem Fordistas foram quebrados.

Na Toyota existe um conjunto coordenado de praticas de gestão que conduzem ao aprendizado organizacional. Um dos mecanismos são os métodos de solução de problemas que geram conhecimento e ajudam as pessoas a fazer o trabalho de como aprender a aprender. A empresa usa uma ferramenta chamada, Processo A3. Onde o nome A3 tem origem no tamanho das folhas A3 (297x420 mm). Seguindo a linha do pensamento gerecial clássico da Getão da Qualidade o PDCA, o famoso MASP junto com o conceito por traz do QC Story, a Toyota traz este formato próprio, junto com sua fama de criar coisas realmente úteis e que podem ser usadas e que dão resultados. A grande questão fica em torno modelo de gestão da Toyota e onde se encaixa o método. Um sistema como poucos há, onde realmente se integram os instrumentos gerenciais e as funções de planejamento, operações e gestão de mudança. Por isso não é bom simplesmente pegar uma ferramenta e mandar usar, é necessário que ela faça parte de um sistema integrado.

Uma página que detalha o método está no Site do Faculdade de Engenheiros da Montana State University. Também o artigo de Pedro A. Salvada é uma boa introdução. Vários livros estão sendo lançados que falam do tema. Entre os principais autores tem o Jeffrey K. Liker, Hirotaka Takeuchi e Matthew E. May.



quinta-feira, 2 de julho de 2009

Inovação, multidisciplinar porém dispersa

Uma declaração de Peter Drucker que sempre me chamou a atenção que diz, “existem apenas duas funções importantes nos negócios: marketing e inovação – tudo o mais é custo,” mostra que Drucker sempre esteve na frente de seu tempo.
Por um lado o marketing ganhou destaque, mesmo dentro das ciências do management e no mundo das organizações sejam privadas ou públicas. Atualmente a considero uma disciplina consolidada e em evolução consistente.
Por outro lado a função inovação sempre foi tratada dentro de uma perspectiva multidisciplinar, sendo assim várias contribuições foram desenvolvidas de várias fontes e origens. Entre as mais notórias são principalmente as da economia, do managment, das engenharias e a do design. Para variar um pouco, a sua prática sempre mostrou que a multidisciplinaridade dentro das organizações é fundamental para alcançar melhores resultados, esta prática a coloca em destaque no mundo da complexidade. Esta diferença criou uma dispersão dentro do mundo acadêmico gerado por baixa integração. Existem algumas universidades que tentaram e ainda tentam uma abordagem integrada multidisciplinar para o ensino da inovação. As que mais me chamaram a atenção são as propostas criadas pelo MIT e Stanford University. Estas duas possuem abordagens realmente inovadoras desde o final dos anos 90 e que acho a grande sacada para a formação em desenvolvimento de novos produtos. Mesmo assim percebo que este conceito e exemplo não se propagaram amplamente entre as universidades. Quem conhece um pouco de universidade deve entender o difícil que deve ser este trabalho dentro de instituições avesas a iniciativas multidisciplinares.
Também existe o efeito e o fato do próprio desenvolvimento de material científico e didático relacionado à inovação de origem dispersa e com uma retórica que às vezes irrita. Olhando em prateleiras nas livrarias é notório verificar que o tema inovação sofre de pouca expressão comparada a outras disciplinas de igual relevância. Dentro de outra perspectiva parece que a tecnologia, inovação e o empreendedorismo convivem atualmente com uma visibilidade de extrema importância no mundo empresarial atual. Para variar sabemos que sua presença é enorme na maioria das revistas e sites especializados sejam da tecnologia e gestão. A minha percepção é que a maioria dos empresários comenta e declara da relevância e urgência da inovação para suas organizações, porém a prática mostra outra coisa. Também posso dizer pela minha experiência, que quando observo como são estruturadas as organizações vejo que a função inovação basicamente não existe em empresas de médio e pequeno porte. Os sistemas de gestão destas empresas praticamente ignoram esta função seja no planejamento, operações ou mesmo na gestão de mudança.
Os livros de administração para este tipo de organizações que descrevem como estas devem ser projetadas e implementadas, normalmente não incluem esta função pelo seu relevante papel no quadro como são o marketing, finanças, contabilidade e produção. Na verdade se sabe pouco como tratar o assunto mesmo nas grandes empresas e acredito que a causa é pela nossa perspectiva de tratarmos o assunto de forma marginal, como também pela dispersão criada de baixo alinhamento e pela falta de uma visão integrada multidisciplinar e pelo fato de ser uma atividade de alta complexidade.
A minha esperança é que a inovação evolua mais rapidamente como foi a qualidade nos anos 80, onde os princípios da qualidade total que se destacam pela sua profundidade e que penetraram no pensamento corporativo sério, como são a de orientar a organização ao cliente, a melhoria contínua e a participação de todos. Hoje estes princípios estão presentes no pensamento dos gestores como também um arsenal de ferramentas, técnicas e métodos que são utilizados e são muito claros para as empresas que os utilizam.
Outra esperança é que um dia cheguemos a evoluir no tema inovação e consigamos criar algo realmente coerente e prático com uma configuração mais sistêmica e com tecnologias mais robustas de aplicação, tornando o processo de desenvolvimento de novos produtos/serviços ou mesmo negócio mais previsíveis. Como foi a qualidade que saiu da era da obscuridão conhecida como a qualidade baseada na inspeção para a era do controle da qualidade do processo (on-line) e depois para o controle da qualidade off-line, ou mesmo superar tudo e alcançar o nível conceitual como foi o TQM.