segunda-feira, 12 de abril de 2010

Na busca do Design Dominante: Os e-readers

Pessoal, estamos testemunhando na prática o modelo da dinâmica da inovação desenvolvido por Abernathy e Utterback em 1978.


Após o lançamentos dos primeiros E-books que não colaram, o surgimento do Kindle da Amazon (com sua proposta de valor razoavelmente convincente) e a pouco tempo surge um novo tablet, o iPad da muito aclamada e temida Apple junto com um conjunto de diferenciais dirigidos aos consumidores de informação multimídia. Estes novos produtos sendo lançados no mercado de forma sistemática com um comportamento do mercado ainda em estado contemplativo sobre os lead users, mostra que o design dominante do e-reader ainda não foi escolhido pelo mercado, mesmo com o Kindle que cresce em vendas de forma consistente e mostra bons resultados na venda de livros em bits, pela reação do mercado ainda estamos em processo decisório.

Estamos na fase transitória como descrito pelo modelo, onde o mercado define qual é o design dominante, como aconteceu com a maioria das inovações de grande influência na vida das pessoas, por exemplo os automóveis, máquina de escrever, o PC, o VCR, etc. As tecnologias são disponíveis que tornam possível estes magníficos instrumentos como é o caso do touchscreen, especialmente o papel e tinta eletrônico da líder E.Ink ou as telas luminosas LED brilhantes como é nova proposta feita pela Apple.

A Forrester Research em seu relatório de 2009 mostra que passamos da fase fluida e entramos na fase transitória :

How Big is the eReader Opportunity?:

“The eReader market is hot: Barely a day goes by without an announcement of a new device release or acquisition. Amazon.com, leveraging its position as a dominant book retailer, has catalyzed the market for eBooks, but that’s just the beginning of the eReader revolution. Competitors will attack Amazon’s market position by launching new features, expanding content beyond books, dominating markets outside the US, reducing costs, and improving relationships with publishers. While frequent book readers drive device and content sales today, the next five years will see an explosion of the eReader textbook market, and in 10 years, the market will be driven by businesses going green in government, education, health, and other sectors. With retailers, mobile operators, and device manufacturers all vying for a piece of the eReader action, publishers should proactively shape their own eReader opportunity — or miss their last best chance to control their own destiny.”

O gráfico abaixo mostra a formatação da fase fluida e de transição.


A maioria dos e-readers lançados são suportados por modelos de negócio, alguns destes, como são os casos de modelos próprios dos grandes representantes da indústria da TI e com poder de bala, são a Amazon.com (Kindle) e a Apple (iPad) em formatação. Quem ficar no meio do tiroteio sem bons mecanismos de defesa pode sucumbir durante o processo de definição do design e modelo de negócio dominantes. Outros modelos de negócio são o resultados de alianças estratégicas entre as grandes, como são a Sony, Barnes & Noble e com e-reader Nook, Microsoft, HP, Google, ASUS, Sangsung, Philips e outros pequenos como é o caso da própria eInk, Skiff, IREX, JetBook entre outros entrantes. Os titulares no mundo editorial, jornalístico e os milhares de autores atualmente sobrevivem no mundo dos átomos, se movimentam para definir seu posicionamento, não apresentando ainda modelos mais convincentes do que Amazon ou o que a Apple pretende tornar viável como fez com a indústria da música com o iPod e o iTune. Porém, os componentes da cadeia ainda apresentam grandes temores com o modelo de negócio que mostra ser mais uma areia movediça para a indústria da informação no universo dos bits. O maior temor está no exemplar mundo da música e temem que aconteça o mesmo com os livros, revistas e jornais impressos, que surjam quebras na cadeia e que os conceitos dos negócios como os conhecemos não consigam mudar, é o caso do jornalismo e os novos players como são os bloggers e do papel dos editores no mundo dos livros eletrônicos, sem falar no que acontecerá com os produtores de papel. Como é sabido no universo dos bits a capacidade de produção e replicação são infinitas à velocidade da internet, como também a capacidade de distribuição global em segundos. Esta realidade conduz à idéia de não conseguir criar modelos de negócio com um modelo de receitas consistente que consiga remunerar os produtos e serviços de qualidade. A opção sendo discutida atualmente no mundo editorial é o modelo de receitas baseada em micropagamentos e transações online. Acredito que tudo isso deverá passar por uma revisão muito profunda dos modelos e seus componentes. Ainda dá tempo, não se pode esperar muito pela mudança ou ser pegos de calça curta como a indústria da música que acreditava que estava na indústria de CD´s.

(ver: UTTERBACK, J.M. Dominando a Dinâmica da Inovação. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996).

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