segunda-feira, 20 de maio de 2013

Pesquisa com CEOs dizem que investir em inovação não está valendo a pena

Um novo estudo da Accenture, "Inovação de  baixo risco é caro", constatou que menos de um em cada cinco executivos acredita que seus investimentos estratégicos em inovação estão pagando a conta, e que este histórico ruim está começando a desencorajar as empresas a assumir riscos .
Accenture pesquisou 519 empresas em mais de 12 setores da indústria na França, Grã-Bretanha e os EUA onde mais da metade (51 por cento) dos entrevistados relataram ter aumentado recentemente o financiamento para a inovação em suas empresas. Quase todos (93 por cento) dizem que o sucesso a longo prazo da estratégia de negócio da sua organização depende da sua capacidade de inovar.
Apesar da importância que se atribui a esta lógica empresarial de inovar ou morrer, apenas 18 % dos CEOs dizem que estão vendo retorno dos seus investimentos em inovação. 

"Os entrevistados também têm uma resposta e apontam o que está acontecendo. Eles estão cientes de que uma abordagem cautelosa e que os investimento reduzido pelas empresas para gerar renovação ou, na melhor das hipóteses, inovação incremental é uma estratégia potencialmente perigosa. Ao instalar sistemas formais para gerir a inovação, as empresas podem se proteger de tais riscos. Empresas capazes de inovar ao nível de inovação radical (ou mesmo disruptiva) são muito mais propensas a dominar e prosperar nos novos mercados que eles criam. Eles também podem posicionar-se para dominar a mudança."

Interessados no relatório completo ver aqui.

Os dados mostram que mesmo em países desenvolvidos o discurso é um e na hora de colocar a mão no bolso para inovar radicalmente é outro. Para inovar a empresa não pode colocar todas suas fichas em projetos de desenvolvimento, é necessário apostar em mudança de cultua, sistema operacional, gestão, competências e processos para ganhar capacidade de garantir inovação.  Lembro de um estudo da IBM em 2006 com entrevistas feitas com 765 CEOs executivos empresariais e líderes do setor público em todo o mundo, onde os CEOs apontavam que inovação é a prioridade número um. 
"Um total de 65% dos executivos-chefes e outros líderes dizem que suas empresas precisarão passar por mudanças fundamentais durante os próximos dois anos. Novos produtos e serviços continuam a ser prioridade, mas esses profissionais dão cada vez mais ênfase à inovação dos seus modelos de negócio como forma de se diferenciarem" 


Não é muito adequado cruzar pesquisas como estas de forma simplista como vou fazer no meu comentário. Uma leitura usando uma lógica simples nos resultados da Accenture mostra que na realidade os CEOs preferiram não arriscar e continuar com modelos de inovação conservadores. 

domingo, 31 de março de 2013

Design Thinking




A inovação guiada pelo design veio complementar a visão do mercado de que para inovar é preciso focar no desenvolvimento ou integração de novas tecnologias e na abertura e/ou atendimento a novos mercados. Além desses fatores tecnológicos e mercadológicos, a consultoria em Design Thinking inova principalmente ao introduzir novos significados aos produtos, serviços ou relacionamentos.
Ao desafiar os padrões de pensamento, comportamento e de sentimento “Design Thinkers” produzem soluções que geram novos significados e que estimulam os diversos aspectos (cognitivo, emocional e sensorial) envolvidos na experiência humana.
O objetivo desta leitura é propagar no Brasil a cultura do design como uma ferramenta estratégica para as empresas, bem como a percepção de que a possibilidade de retorno financeiro está, muitas vezes, atrelada à capacidade de abordar as mesmas questões por novos ângulos.
Este livro apresenta um conjunto de métodos usados no processo de Design Thinking aplicados a situações empresariais, ilustrados através de cases genuinamente brasileiros, para inspirar e auxiliar na empreitada rumo à inovação.

(Material fornecido pela editora)

Informações técnicas

Autores: Maurício Vianna, Ysmar Vianna, Isabel K. Adler,
Brenda Lucena, Beatriz Russo
ISBN: 978-85-65424-00-4 EAN: 9788565424004
Formato: 18,5x23cm Acabamento: Brochura Cores: 4x4
Número de páginas: 164 Peso: 460 g Preço de capa: R$ 40,00
http://livrodesignthinking.com.br/
Contato:
Telefones: + 55 (21) 2532 6423 ramal 0296
E-mail: janaina.vieira@mjv.com.br e/ou brenda.lucena@mjv.com.br

terça-feira, 5 de março de 2013

Desligue o barulho, diz Carlos Santana "On Creativity In Business And Art - Forbes"

Carlos Santana On Creativity In Business And Art - Forbes:



Os líderes de negócios podem aproveitar o poder de sua imaginação, mas eles precisam desligar primeiro o barulho, diz a lenda da música Carlos Santana. Isso significa desligar os eletrônicos - até mesmo o seu som - e simplesmente parar para pensar e sonhar. Explica Carlos Santana "Nossa imaginação é como um músculo. Se você tomar o tempo necessário para sentar e simplesmente fechar os olhos e imaginar coisas, é como um músculo que você desenvolve".


segunda-feira, 4 de março de 2013

Você não pode inovar através de reuniões, somente

Sessões de brainstorming são uma forma ruim para tentar resolver problemas complicados, escreve Debra Kaye  explica. "Novas ideias surgem quando seu cérebro está relaxado e envolvido em algo que não seja o problema específico que você está envolvido em ... Este é o oposto do que acontece em sessões de brainstorming". Ver post em inglês na revista Fast Company

Brainstoming tem seu momento de usar na hora, equipe e local apropriado. Tenho participado muito de brainstormings, mas sinto que sempre faltou algo e quando vemos o filme da experiência de como funcionam os Brainstormings na IDEO, consigo entender o que faltava. Novamente  coloco os filmes para quem interessar ver inovação em ação na super premiada empresa de Design IDEO (ABC Nightline - IDEO Shopping Cart) .







domingo, 3 de março de 2013

Google Glasses: Gostei !!

Este produto pode ser algo realmente revolucionário e pode se tornar um disruptor de muitos produtos de comunicação que conhecemos. O tempo dirá. Google tem tudo para dar visibilidade e uma empurrada boa e força na difusão necessária a esta inovação. Há pelo menos 15 anos desde que tive conhecimento do conceito. A ideia vinha sendo pesquisada desde os anos de 1980  (ver History of Mobile Augmented Reality) . Outros pioneiros que tinha informação, mas somente de pesquisas é o projeto MIThril no MIT Media Lab e outros anteriores a este.
Pelo que encontrei na web Steve Mann (canadense de Hamilton, Ontario) é reconhecido como o "father of wearable computing" ou "pai da computação vestível".



O design é radical e bom potencial de que pode cumprir com tarefas que pessoas em certas circunstâncias precisam realizar.


O cara por traz da difusão (Sergey fundador da Empresa Google)






Nos tempos remotos desta tecnologia a pessoa precisava andar com um PC na mochila para poder conectar. Agora a portabilidade é impressionante.


Touring Machine, the first mobile augmented reality system (MARS) - 1997


Apple Remains World's Most Admired Company, Followed by Google and Amazon - Forbes

Apple Remains World's Most Admired Company, Followed by Google and Amazon - Forbes:

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Is Samsung The New Apple, Revisited - Forbes

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Why Apple Is Not The World's Most Innovative Company - Forbes

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Os CEOs de melhor desempenho do mundo | Harvard Business Review Brasil

Os CEOs de melhor desempenho do mundo | Harvard Business Review Brasil:

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"Other People's Money" (1991) e a Destruição Criativa




Memorable quotes for Other People's Money (1991) :
Lawrence Garfield: I love money. I love money more than the things it can buy. There's only one thing I love more than money. You know what that is? OTHER PEOPLE'S MONEY.

A cena do filme (abaixo) "Other People's Money" (1991) é excelente e muito educativo pela dramatização e contexto apresentado. Aqui  Gregory Peck representa Andrew Jorgenson  o empresário competente que cumpre com seu papel na busca da perpetuidade do negócio argumentando para os acionistas que acreditem que as coisas melhorarão e que no final das contas amanhã será como hoje e Danny Devito que representa Lawrence Garfield um porta voz do mercado de capitais cujo argumento, aliás, o mais convincente, colocando que no final das contas o único motivo crível para um acionista colocar seu dinheiro num negócio é ganhar mais dinheiro e somente isso. 




Gosto muito desta cena pelo seu valor pedagógico, onde acontece o confronto na arena da competição pelo capital entre negócios que desejam permanecer e os negócios com modelos e propostas de valor mais competentes. As empresas que buscam permanecer normalmente tem uma liderança centrada e competente, porém com modelos mentais que os levam a acreditar num futuro sem mudança. Do outro lado temos os que representam os interesses do capital, ou seja, o mercado de capitais que precisa somente de informação para onde o dinheiro irá. Para os que trabalham ou defendem o poder do mercado, o único que importa é a maximização do share. Na cena, Garfield é preciso e mostra que as causas não estão numa gestão ruim, mas são nos efeitos da descontinuidade ou puramente numa disrupção tecnológica que empurra o negócio para a obsolescência, caracterizada por uma morte lenta e certa. Mesmo as boas empresas com saúde financeira podem estar condenadas se não estiverem fundamentadas numa teoria de negócio consistente (ver Peter Drucker: Business Theory). Acadêmicos e especialistas desenvolveram modelos teóricos para entender e prever estes fenômenos e em certos casos podem ajudar a proteger o negócio identificando quando e como a virada deve ser realizada (ver Joseph Schumpeter, Richard Foster + Sarah Kaplan e Clayton Christensen). Também fica claro que o mercado não tem sentimentos ou espírito de responsabilidade social, ele segue uma linha orientada pelos indicadores e as regras de livre mercado (quando existem), e acabou. No filme a disrupção comentada por Garfield acontece pelo surgimento da inovação tecnológica, “fibra óptica”, que se tornou o disruptor das empresas fabricantes de fios e cabos metálicos de transmissão de sinal e dados.


A disrupção gerada pela fibra óptica

A fibra óptica foi uma aposta na Corning (aliás, uma das empresas mais inovadoras que conheço). Era o início de uma nova categoria de mercado na década dos 1950. No começo era somente pesquisa acadêmica e trabalhos em laboratório e as teorias em torno da tecnologia que se concentrava na melhoria do desempenho de canalizar luz por um fio de fibra óptica. Em 1966 se descobrem as causas, porém somente na teoria. Naqueles anos a utilização comercial da fibra óptica era bem limitada. Somente em 1970 depois de centenas de experiências frustradas, num momento histórico inspirado (como Thomas Edson já dizia inovação é 1% de inspiração e 99% de transpiração) um cientista da Corning, Donald Keck (contratado especificamente em 1967 para testar novas fórmulas da fibra) fez uma nova mistura de sílica e a transformou em fibras. Resolveu fazer uma mensuração rápida e alcançou uma atenuação igual a 16 dB de perda de luz por km. Keck acrescentou uma única palavra no relatório "Uau!". A meta era alcançar um mínimo de 20 dB que no inicio das experimentações era de quase 1000 dB.



Após esta descoberta outros desafios surgem, investir para fabricar e alcançar o capability necessário. Também um desafio para uma inovação radical é descobrir onde utilizar as fibras ópticas. Não foi uma substituição natural dos fios de cobre. Um nicho inicial identificado foram as redes LAN, que depois ficou claro que era um setor que precisava evoluir ainda. Além do mais o comportamento dos disruptados era claro e marcante como a teoria de Clayton Chistensen a demonstra. AT&T comandava o setor (com 85% do mercado) das telecomunicações, naquele momento os fios de cobre mandavam visto que era o que os principais clientes queriam que se fizesse. As fibras ópticas na AT&T dentro de seus laboratórios de P&D na Bell Telephone não eram prioridade mesmo, era considerado custoso de mais e baixo desempenho. No final de 1983 os investimentos (que iniciou com um milhão de dólares e aportes de parceiros) da Corning começaram a compensar. Somente a AT&T instalou mais de 320.000 km de fibra óptica e as LANs começaram a deslanchar. Em 1987 o faturamento com fibras ópticas superou os 200 milhões de dólares na Corning. Atualmente o mercado global de fibra óptica supera o trilhão de dólares. (Extraído do livro "Produtos Arrasadores" de Gary S. Lynn e Richard R. Reilly, Ed. Campus - SP, 2003)
 Este filme surge quando a opinião geral fazia um forte questionamento e duvidava na capacidade competitiva das empresas estadunidenses e o indicava o crescimento e superioridade dos tigres asiáticos, encabeçados pelas empresas japonesas e toda sua excelência operacional. No final dos anos de 1980 e toda a década de 1990, o discurso geral era que qualidade é tudo. Foram nestes tempos quando M. Porter defendia a necessidade de mais estratégia nas empresas e que excelência operacional não é suficiente para uma sobrevivência de longo prazo. Também argumentou que o foco no benchmarking, somente nos levaria a uma commoditização nas propostas de valor. Da metade dos anos de 1990 para frente começou a se dar mais valor à estratégia com algum viés para a diferenciação e inovações incrementais e na capacidade de desenvolver novos produtos de qualidade o mais rápido possível. Como o referencial de competição estava concentrado no que as empresas japonesas faziam. Até o ano 2000 as empresas ponto com também não ouviram Porter, e deu no que deu. As coisas mudaram drasticamente com a globalização, novos players e a reconfiguração dos mecanismos competitivos na era do conhecimento. Somente depois de mais de 15 anos as fichas caíram. No momento o que precisamos prestar atenção em ter uma definição clara das estratégias, sejam no posicionamento e na postura. Como encaramos a inovação também é importante, Como inovamos define o que inovamos. 




Destruição Criativa 
Aproveitando para quem estiver interessado no assunto, abaixo uma apresentação minha feita no Prezi sobre Destruição Criativa.

Abrir apresentação

Gestão de pessoas não é com o RH! | Harvard Business Review Brasil

Gestão de pessoas não é com o RH! | Harvard Business Review Brasil:


Escrito por: 
  • José Luiz Bichuetti
quarta-feira, 31 dezembro, 1969 - 22




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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

ASAP.me inicia atividades e incentiva a inovação por meio da criação coletiva


Plataforma que agrega Crowdsoursing, Open Innovation e Crowdfunding incentivará as pessoas a co-criarem soluções para problemas do cotidiano

Quem nunca se deparou com um problema em seu dia a dia, que poderia ser resolvido com um produto ou serviço inovador? Quantas pessoas criam soluções para problemas cotidianos e não tem a oportunidade de levar essa inovação ao público? Pensando nisso, surge a ASAP.me, uma plataforma que transforma estes problemas em desafios, e permite que qualquer pessoa ajude a solucioná-los com ideias de produtos inovadores, e ainda receba royalties sobre cada peça negociada.
  
“Esta é a primeira plataforma brasileira de inovação onde os usuários, universidade e especialistas participam da co-criação de produtos e ainda ganham com as vendas. Com isso, estamos contribuindo com a divulgação de projetos de todo o Brasil que hoje em dia ficam restritos ao cotidiano do inventor”, afirmou Gui Brammer diretor de crowdsourcing da plataforma.
Todas as sugestões enviadas serão avaliadas e votadas pela comunidade ASAP.me, receberão sugestões de melhorias de outros participantes da plataforma e passarão por um processo de viabilidade técnica com especialistas em design, branding e sustentabilidade. A ideia vencedora de cada desafio será transformada em um produto, fabricado em escala e vendido em grandes redes. O autor da ideia e os usuários que contribuíram com melhorias receberão royalties sobre as vendas, definidos a partir de um algoritmo criado especialmente para a iniciativa. “Desenvolvemos um algoritmo que nos permite distribuir os royalties da venda dos produtos de forma eficiente entre o usuário que propôs a ideia e os que colaboraram com o desenvolvimento do produto, de forma que as contribuições mais relevantes terão taxas de retorno maiores”, explicou Cristian Cooke, diretor de plataforma da ASAP.me
A plataforma é baseada em três modelos inovadores de desenvolvimento de produtos: Crowdsoursing, que prevê a construção coletiva de algo ; Open Innovation, modalidade em que usuários e empresas discutem juntos a inovação e Crowdfunding, onde um grupo se junta para financiar um projeto. “O que pretendemos é ajudar a comunidade a criar em colaboração e ver suas ideias tornarem-se realidade, sendo produzidas localmente com matéria-prima reciclada pela WiseWaste, nossa parceira em logística reversa e reciclagem", comentou Chicko Sousa, diretor de inovação da ASAP.me.
O nome ASAP.me – As Sustainable As Possible – é uma brincadeira com relação ao termo em inglês As Soon As Possible e reflete o posicionamento da empresa, que levará ao mercado produtos que agreguem o máximo possível de conceitos de sustentabilidade. Ou seja, concebidos pela comunidade, fabricados localmente com materiais reciclados e recicláveis e gerando retorno econômico aos seus idealizadores. “Nós acreditamos que o design pode mudar uma sociedade e dar mais significado para produtos”, afirmou Brammer, “por isso nosso foco é estimular a co-criação de soluções criativas e inovadoras, por usuários de comunidades online”, completou.  
A plataforma permitirá também que empresas usem a sua ferramenta para receber novos projetos e soluções de seus consumidores. A iniciativa já existe em alguns países e muitas multinacionais já utilizam este mecanismo na busca de inovações, entre elas a P&G, PepsiCo, Lego e IBM.
O projeto brasileiro possui alguns diferenciais com relação aos estrangeiros. Um deles é o seu auto abastecimento de matéria prima, realizado pelo Grupo WiseWaste, que tem disponível diversos materiais como PET, PP, PEAD, alumínio, aço, entre outros, para a confecção dos produtos. Outro ponto é que a ASAP.me conta com o apoio de grandes marcas que já atuam em conjunto com o grupo, que com a plataforma de inovação, poderão transformar os materiais coletados em produtos com design, funcionalidade e sustentabilidade aprovados por seus clientes.
O cadastro e envio das sugestões para os desafios já está disponível no site http://www.asap.me


Informações à imprensa:
Fernanda Dalla Costa
11-96812-4748

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Inversão da Sala de Aula um desafio cada vez mais fácil de enfrentar

Em março de 2011 escrevi sobre Sal Khan e coloquei uma pergunta para os leitores:

Pessoal algumas idéias para acelerar o processo e criar versões do modelo Khan em português e español ??. As redes sociais de entusiastas em educação podem ser a solução e criar um cluster de criatividade para educação, livre e aberta. Idéias !??


Como se diz as oportunidades para as boas ideias sempre estarão disponíveis em grande quantidade e assim as coisas acontecem com rapidez. Desde o ano de 2012 a Fundação Lemann traz os videos de Sal Khan em português. A fundação tem uma linha de atuação muito forte para a educação e especialmente a sua melhoria e inovação. Atualmente tem um convênio com a Khan Academy e outras instituições educacionais e oferece bolsas de mestrado e doutorado em universidades reconhecidas em outros países. A proposta é surpreendente. Alias Khan esteve este mês no Brasil a convite da Fundação Lemann. Até se encontrou com a Presidente Dilma e o Ministro da Educação. Parece que a proposta e o projeto está criando corpo. Sal deixou uma frase muito legal e com conotação disruptiva:  “A educação não é mais um bem escasso, é algo que podemos dar de graça”. Porque? As aulas de Sal Khan são muito bem utilizadas e aprovadas por Bill Gates. Agora Bill Gates administra uma fortuna de mais de U$ 60 bilhões para filantropia e parte desse dinheiro vai para educação. A fundação Gates financia a Sal Khan e seu projeto. A nova filantropia pode criar e tem dinheiro para isso, criando a solução  de uma educação de alta qualidade e ao mesmo tempo ser de graça. 








Perguntarão, mas afinal das contas o que é um Flipping Classroom ou Virando a Sala de Aula?. O conceito do professor usar o palco e quadro negro para apresentar conceito e no final dar a tarefa para casa, muda de ponta a cabeça. A ideia é fazer o contrário em questão de conceito e prática. O aluno leva a aula conceitual em diversos formatos de vídeo e tem a liberdade de escolher os meios ou canais (DVD, Web ou arquivo, tais como mp4 ou avi) levam para casa para assistir (podem ver repetidas vezes, parar e rever) tomar nota e no dia seguinte ir para a escola exercitar, discutir, questionar, procurar esclarecimento do professor na sala de aula. 
A abordagem começou a ser desenvolvida desde 2007 por dois professores, Jonathan Bergman e Aaron Sams do colégio de Ensino Médio Woodland Park no Colorado, Estados Unidos. A proposta criou forma somente agora que o volume de aulas digitais como as que Sal Khan disponibilizadas no Youtube estão ficando muito populares e os professores as estão usando para virar as suas salas, como também a parafernália tecnológica fica mais fácil de usar pelo professor, com isto os adeptos aumentam geometricamente.
Os resultados no desempenho são excelentes, o aprendizado do aluno surpreende e apoia na mudança do papel do professor na era do conhecimento, sem tornar o processo muito complexo para adoção. Os alunos estão mais preparados para esta mudança do que os professores que agora se tornam mais tutores e especialistas em coaching do que palestrantes. 




O conceito inovador do Flipping Classroom está em pleno processo de implantação em escolas públicas em SP através da Fundação Lemann e Khan Academy. Parece que as escolas privadas estão esperando ver o que acontece para entrar no processo ou estão por fora mesmo. Sabemos que estas inovações para poder criar corpo precisam de um tempo para amadurecer de forma a ampliar sua difusão. Mas sempre foi assim, as inovações precisam de coragem e correr riscos necessários em função das incertezas existentes sejam internas à organização ou externas e em diferentes níveis. A inovação está acontecendo e ninguém pode dizer que foi pego desprevenido. A informação está disponível para todos. 

Esta inovação pode trazer uma mudança drástica no sistema de educação, vamos continuar recebendo notícias sobre o verdadeiro valor da tecnologia na educação. O que faltava era questionar o processo e não simplesmente pensar que o computador iria substituir o professor no aprendizado. Grande erro!. O paradigma ainda é presente na cabeça das pessoas com relação a tecnologia na educação. As pesquisas da OECD nos indicam que a tecnologia não melhorou em nada nos índices de educação. Isso é verdade e porque? Colocamos os PC na sala de aula competindo com o professor e os processos não foram questionados. Os professores e desenvolvedores dos sistemas de educação precisam questionar mais e entender como a inovação acontece. Os processos de Ensino Aprendizagem precisam ser questionados, não é simples mudar, temos dogmas, cultura e sistema e formação educacional em contra. O professor continua parado na frente apresentando as coisas como sempre foi desde o século 18 ou antes. Por exemplo criarmos quadros brancos, louças interativas digitais, clickers e não repensamos o processo antes de adequar as ferramentas. Esta é a verdadeira causa de não termos tido melhoria nenhuma na educação. Se os caras da construção civil sabiam claramente que ao troca o martelo normal como o conhecemos por um martelo elétrico o processo deveria ser redefinido e foi isso que aconteceu. As ferramentas por si só não mudam a produtividade ou criação de valor sem os processo mudarem antes.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Motivação e Inovação

Ao revisitar as teorias e contribuições dos senhores da produtividade e motivação humana, dos quais se destacam F.W. Taylor (Gestão científica), Elton Mayo (Teoria das Relações Humanas), Maslow (Hierarquia das Necessidades), Herzberg (A teoria dos dois fatores) e McGregor (Teoria X e Y), conclui que ainda temos um belo desafio de gestão em mãos. As teorias e o que observamos nas empresas mostra que temos uma grande lacuna entre o que se pode fazer e o que as empresas na sua maioria está conseguindo fazer. O meu primeiro insight é que as empresas e mesmo os profissionais de RH fazem pouco caso às teorias e o aprendizado de quase um século acumulado no desenvolvimento das principais teorias e seus princípios. Na universidade aprendi que estas teorias não competem entre si, todas tem o seu valor e como Kurt Lewin afirmou e concordo plenamente que "não existe nada mais prático do que uma boa teoria". Na maioria dos casos possuem um valor maior quando são tratadas de forma complementar e são colocadas em prática de forma integrada. 

A modelagem de um sistema de gestão de pessoas pode ser considerada uma arte, mas não deve ser tratada como um processo de tentativa e erro, nem sem uma base conceitual e científica ou ser desenhada baseada unicamente em ideias criativas ou boas intenções. Não existe uma fórmula ou receita para favorecer a motivação de alta produtividade, de forma significativa e satisfatórias para todas as partes. Os modelos de sucesso no campo da motivação em organizações nos mostram claramente que em vários pontos os elementos são embasados em componentes teóricos incorporados no sistema e modelo de gestão que no final das contas fazem sentido e são convincentes para todas as partes. Podemos dizer o que impede inventar tudo sem considerar as teorias. Claro que é possível, mas existem teorias que possuem base e experiências, e deixar de lado isto é de certa forma como reinventar a roda e isto em outras palavras é um tremendo desgaste  e desperdiço desnecessário. Os homens por vários anos procuravam e estudavam voar como os pássaros e por várias anos fracassaram. Até que o homem fez uso da ciência e se apoiou em teorias consistentes, como a da mecânica dos fluídos baseadas nos trabalhos do matemático Daniel Bernoulli. Com isto atualmente se consegue que aviões de várias toneladas levantem voo pelo efeito da sustentação pelos diferenciais de pressão entre a parte superior e inferior da asa. Da mesma maneira boas teorias de gestão de pessoas podem nos ajudar a dar empuxo e sustentação a um modelo de gestão de pessoas. 

Um fato clássico é que a gestão na dimensão do ser humano é sem dúvida um assunto complexo e complicado. Porém na maioria das organizações o desafio de manter os colaboradores satisfeitos é encarado por meio da criação de um setor de RH e não passa disso. No passado caímos no mesmo erro quando se pensava ou ainda se pensa que qualidade é uma questão do departamento ou setor de Controle ou de Garantia da  Qualidade. Para outras é implementar um sistema como é a ISO 9000 por toda a empresa ou mesmo contratar consultorias de gestão e engenharia da qualidade que irão resolver a encrenca. O tempo e a experiência japonesa mostraram que a questão não é bem assim e que qualidade deve ser tratada como fazendo parte do todo.

Uma coisa que aprendi com o tempo é que "ninguém motiva ninguém" e que motivação é mais do que um estado de espírito. Cheguei a ter várias posições, muito mais influenciadas por questões ideológicas até o ponto de serem contraditórias. Este post não é um tratado sobre o tema, na realidade precisaria de um livro para dar conta somente do que é realmente motivação. Também não escrevo para dar respostas, senão para aumentar os questionamentos e ressaltar ainda mais a importância do tema na evolução dos modelos de gestão das organizações, especialmente o da inovação.

Tirei esta definição do Wikipedia: Motivation
Motivação é a característica psicológica que provoca a um organismo para a ação frente a um objetivo desejado e assim estimular, controlar e sustentar objetivos de determinados comportamentos direcionados. Por exemplo: Uma pessoa que não tenha comido, ele ou ela sente fome, e como uma resposta a medida que ele ou ela comam diminui a sensação de fome. Há muitas abordagens para a motivação: fisiológica, comportamental, cognitiva e social.
A motivação pode ser enraizada em uma necessidade básica para minimizar a dor física e maximizar o prazer, ou pode incluir necessidades específicas, como comer e descansar, ou para um objetivo desejado.

Durante o desenvolvimento deste post fiquei pensando em como e porque fico motivado no trabalho. Evocando os poderes do pensamento sistêmico consegui identificar e separar algumas variáveis  dentro de uma enorme quantidade e suas complexas relações.  A primeira, é uma variável composta, o tipo de trabalho e nível de exigência e compromisso requerido. Segundo, são as circunstâncias entorno do trabalho a realizar. Terceiro é o ambiente onde se realiza o trabalho e acrescento que esta é a mais complexa e complicada de todas e a que tem um grande efeito na psique dos indivíduos e o trabalho em equipe.  Por último são os fatores de troca de valor do trabalho entregue por valores financeiros e outros benefícios e incentivos como por exemplo mais dinheiro, aquisição de conhecimento e crescimento profissional e de vida.  Estas variáveis que aponto são a primeira vista obvias para alguns, mas refletem também que nossos amigos do RH ou mesmo os dirigentes de organizações teriam um tremendo desafio para me manter motivado.
Estas variáveis interagem em diferentes direções e intensidades e nos levam a realizar trade-offs de forma consciente e inconsciente, especialmente em base a questões do que vale realmente a pena o nosso esforço ou não. 'Valer a pena' para mim é a questão chave quando se decide gostar do que faz e não simplesmente pensar em fazer o que gosta, e isso não é simples. Após esta autoanálise pesquisei um pouco mais o assunto e como estes fatores estão sendo considerados no mundo das organizações.  Pelo que consegui descobrir na minha pesquisa, existem outras circunstâncias e elementos considerados como fatores motivacionais, especialmente quando o desafio intelectual é maior. Um deles são os propósitos do trabalho o que eu chamo de valer a pena. 

O vídeo abaixo é uma interessante animação criada pela RSA, a narração foi tirada de uma conferência de Daniel Pink, especialista em motivação. A animação ilustra entre vários casos os resultados de pesquisas realizadas por cientistas do MIT, Carnegie Mellon e Universidade de Chicago sobre motivação. Traz algumas evidências que quando o desafio intelectual é maior os mecanismo de incentivo e recompensa monetária perdem efetividade, ou seja motivação, incentivo e desempenho não formam uma equação linear.
Parece claro que existem ainda espaço para solucionar este quebra-cabeça, de forma a identificar padrões como também a formatação de hipóteses e consequentemente novas teorias sobre a motivação humana dentro do quadro complexo do trabalho no século XXI, especialmente pelo quadro claro que o mundo do trabalhador do conhecimento e os novos perfis profissionais e mesmo as novas estruturas na economia configuram novos formatos de relacionamentos entre o capital e trabalho.



Esta animação é muito mais interessante do que parece e serve para ajudar a entender a problemática do novo quadro na questão motivar indivíduos e a inovação, especialmente quando a organização depende estrategicamente do capital humano e ao mesmo tempo  procura novos patamares de desempenho baseados na criatividade e inovação. O primeiro aspecto que deve ficar claro para todos, que a motivação e desempenho não está ligada linearmente a mais dinheiro como era a conclusão de Taylor, apesar de ainda termos algumas mentes Tayloristas limitadas que acham que grana é tudo para todos os casos. Mas mesmo assim, é claro que o dinheiro faz parte da equação e isso é um fato, como o próprio Maslow o diria. 

Dinheiro é importante, mas não é tudo... | Harvard Business Review Brasil:

Mas quando você procura fechar as lacunas se percebe claramente que a equação gerada possui muitas variáveis e incógnitas, é por isso que muitas vezes a solução para a maioria das organizações se limita em simplificar as variáveis da equação seguindo uma linha segura de obediência às leis trabalhistas e oferecer benefícios tradicionais ou se guiar pelas praticas seguras ou imitando os titulares do mercado. Acredito que existe um processo geral de commoditização das propostas de valor ofertadas para o mercado de trabalho por parte da maioria das empresas. Mas no universo das organizações que requerem de material humano para realizar tarefas mais sofisticadas e intelectualmente desafiantes continuam a enfrentar um problema cada vez mais difícil de solução quando o tema é atrair e reter talentos.

Tenho alguns referenciais do que seria ideal na questão trabalho e motivação num organização onde  inovação é um fator chave. Um referencial poderia ser o modelo George Lucas. Está entre os sortudos que fazem o que gostam (mesmo se divertem com isso), gosta de fazer o que faz (se auto-realiza somente de fazer parte do setor do entretenimento baseado na criatividade e o imaginário), criou uma nova forma de ver as coisas e para variar ganhou muito dinheiro fazendo isso. Existem muitas profissões que trazem recompensas inigualáveis e não somente digo em recompensa monetária. Neste ponto temos testemunhado muitos que são felizes no trabalho, gostando do que fazem e ao mesmo tempo alcançando auto realização e resultados. Se o mundo da gestão estivesse fazendo sua parte isto deveria ser um padrão geral, mas na realidade são casos isolados e até podem ser contados numa planilha simples, em outras palavras são mui poucos.

A MELHOR A MUITOS ANOS




As imagens acima não são a propaganda de um panfleto de uma universidade americana nem de um clube mas é a proposta de valor para as pessoas que trabalham na SAS, onde os empregados tem salas individuais, trabalham em uma espécie de campus com as facilidades de um clube e tem a menor jornada semanal na indústria de tecnologia (36 horas, enquanto a média da indústria é de 50 horas). 

A SAS é a empresa líder em business analytics e que desde 1998 faz parte da lista dos melhores lugares para se trabalhar nos Estados Unidos segundo a Great Place to Work Institute. Esta empresa se diferencia muito de todas as demais pelo fato que se encontra entre as melhores a muito tempo e de forma consistente. Google que criou o conceito Googleplex como outros gigantes da TI usaram o modelo SAS como benchmark para criar seus próprios modelos. Google também hoje é um dos melhores lugares para se trabalhar no mundo.

Alguns trechos traduzidos da reportagem em 20 de Jan., 2011  SAS again ranks No. 1 on FORTUNE Best Companies to Work For list in America. Second year business analytics leader tops list for workplace culture

Jim Goodnight  CEO da SAS (ver a foto dele na terceira imagem - parte inferior direita), disse: "Esta alta honra  completa  um ano fantástico para nós na SAS. Entregamos mais software em 2010 do que nunca em nossa história e nossa força de trabalho cresceu 2,4 por cento. Nossos funcionários são a parte  vital de nosso sucesso. à medida que entramos em nosso 36 º ano de atividade, estamos ansiosos para continuar nosso grande investimento no bem-estar dos empregado, satisfação e criatividade. "
"A cultura da SAS apresenta um ambiente de trabalho vibrante, em que as pessoas possam prosperar e ser desafiadas, mantendo um equilíbrio entre trabalho e vida saudável", disse Jenn Mann, vice-presidente de Recursos Humanos da SAS. "Este grande reconhecimento comprova mais uma vez que a criação de uma cultura de colaboradores felizes, de produtividade que permite a SAS apostar na inovação contínua e serviço ao cliente."
Consistentemente reconhecida por seus benefícios e programas de work-life, SAS acredita que, empregados felizes, saudáveis ​​são a chave para conduzir a inovação que mantém SAS em uma posição de liderança entre os fornecedores de business analytics. Ao oferecer comodidades no local de trabalho, tais como cuidados de saúde, creches subsidiadas, uma área de recriação de 66.000 metros quadrados e um centro com numerosos programas de fitness e wellness, a empresa possui uma das mais baixas taxas de rotatividade de empregados na indústria: 2,6 por cento contra a norma da indústria de 22 por cento. Ao reduzir as distrações do dia-a-dia, SAS conseguiu  custos menores de recrutamento e retenção, bem como relações mais estreitas cliente e inovação contínua de produtos. O compromisso  de longo prazo SAS e de investimento na satisfação dos funcionários contribui para o crescimento da empresa receita e lucratividade.

A estratégia e o foco da SAS em criar ambientes de trabalho que promove motivação verdadeira, gerando alta produtividade e consequentemente riqueza é um ciclo virtuoso proposital dentro do modelo de negócio. O gráfico abaixo mostra como isto deu certo.


Em paralelo negócios como a Pixar, Cirque de Soleil  ou IDEO conseguiram criar modelos de gestão de pessoas coerente com seus modelos de negócio. Com ambientes de trabalho realmente diferentes e com isto  realizar coisas surpreendentes com pessoas motivadas. Sempre que leio artigos que comentam os diferencias das empresas, é normal verificar o que existe por traz, principalmente uma cultura, contexto do setor e uma filosofia que embasa um modelo de gestão de pessoas e que sempre é mantido em evolução.

AS MELHORES NO BRASIL
Poderão estar questionando, e no Brasil onde estão os melhores lugares para se trabalhar?. Quem está fazendo um bom trabalho com motivação e inovação? Eu diria que existem uma grande quantidade. As  mais inovadoras e com os melhores resultados nos rankings. A revista Você foi criada para informar em detalhes onde estão os melhores lugares para se trabalhar. Quando você pesquisa o que as empresas fazem para atrair e reter talentos não vemos nada de diferente do que outras fazem lá fora. Cada empresa tem uma filosofia que resultou em políticas junto com uma cultura e proposta de valor para os colaboradores e que dentro de certos perfis e necessidades estas pessoas são realmente convencidas que é o melhor lugar para ficar e construir uma carreira.

RANKING DAS CAMPEÃS

REVISTA VOCÊ S/A

1. GOOGLE

2. 3M DO BRASIL

3. ACCENTURE

4. ALCOA

5. AMBEV

6. BANCO BRADESCO

7. BASF

8. CHEMTECH

9. CIELO

10. COELCE

11. DELOITTE

12. DM9DDB

13. DOW BRASIL

14. DUPONT

15. ERNST & YOUNG TERCO

16. GE

17. GLAXOSMITHKLINE

18. GRUPO BOTICARIO

19. IBIS

20. INTERNATIONAL PAPER

21. IPIRANGA

22. ITAÚ

23. KIMBERLY-CLARK

24. KRAFT FOODS

25. MAN LATIN AMERICA

26. NEXTEL

27. PROMON

28. SANOFI

29. SERASA EXPERIAN

30. TICKET

A lista mostra o domínio das grandes e são estrangeiras na sua maioria, mas é isso mesmo no contexto. As grandes possuem recursos e know how para fazer um bom trabalho. Quando um modelo de negócio depende muito de seu capital humano teremos propostas de valor que se destacam mais que outras em criar  bem estar para os funcionários, visto que no geral não dependem tanto assim deste capital. Alguns negócios na sua concepção dependem tanto do seu capital humano mas não como poderíamos entender que deveria ser. Existem casos em que o negócio tem uma excelente resultado e mesmo assim convive com altos índices de rotatividade de pessoal, e isto sem problemas. Vejam o caso das principais e grandes empresas de consultorias de gestão, em alguns casos chegam a ter taxas entre 15 a 25% de rotatividade. Mesmo assim este setor é altamente lucrativo e de alta produtividade (receita por consultor). Por exemplo em 2009 McKinsey conseguiu 588.889,00 dólares em receitas por consultor. Parece contraditório uma empresa do conhecimento como são as empresas de consultoria não depender tanto de seu capital humano como poderíamos concluir alguns. O que acontece é que para uma empresa de consultoria de grande porte o que interessa é a produtividade das pessoas (consultor fazendo consultoria), não necessariamente alguém satisfeito com o que faz. Na maioria dos casos os modelos das consultorias são muito mas baseados na teorias Taylorianas do que em teorias humanistas. Outro fator fundamental de uma consultoria é sua gestão de custos e sua base de conhecimento disponível para servir o cliente, mas conhecimento que possa ser comprado e isso estas empresas tem de sobra. Parecem muito com uma companhia aérea que dependem mais que o avião esteja no ar do que funcionários satisfeitos no trabalho.  Posso estar sendo crítico e frio nas minhas colocações, mas esse é o mundo dos negócios.

O Professor Falconi o Guru do Management brasileiro relata algumas percepções de como as melhores empresas trabalham a questão humana no Brasil. No vídeo abaixo Falconi conta um pouco na entrevista sobre lideranças, porém após 9 minutos esclarece como funciona e o que dá certo para empresas bem sucedidas.





CONFIANÇA E DEMOCRACIA NO TRABALHO
Constantemente observo no comportamento empresarial um peso considerável na balança de relacionamento a desconfiança entre o capital e trabalho. Esta relação sofre de uma grande falta de transparência e em muitos casos ainda vemos um faz de conta alimentado por modelos mentais e especialmente questões ideológicas que conduzem a altos graus de desconfiança. Faz de conta que trabalho e faço de conta que te pago e te recompenso pelo esforço.

O revolucionário da gestão Ricardo Frank Semler um dos empresários mais respeitados do cenário econômico internacional conseguiu alcançar resultados admiráveis e  acendeu uma luz ao problema na relação capital e trabalho, abrindo as informações aos funcionários e uma proposta de modelo de gestão democrático, onde os colaboradores conseguem saber claramente o que a empresa decidiu pagar por uma questão da estrutura de custos e os demais fatores de mercado e resultados esperados. Semler se destaca pela visão clara de que o mundo do trabalho é um mundo de adultos e deve ser como tal a relação. Vejam entrevista abaixo onde comparte algumas destas idéias. As melhores entrevistas dele e da sua empresa estão em inglês, se forem no YouTube ou no Google encontrarão muito material relacionados às propostas revolucionárias de Semler, que também tem atuado como empreendedor social contribuindo na inovação dos modelos educacionais.



"Projetamos nosso ambiente de trabalho para adultos. Sem compromissos. Nós esperamos muito, mas nosso foco claro é sobre Resultados e conceder a nossa Gente a liberdade de projetar suas vidas como indivíduos maduros. Você ficaria surpreso com a rapidez com que os clientes podem dizer que eles estão lidando com adultos"

- Ricardo Semler, CEO da SEMCO

Um trecho da tese de mestrado de WELTON CARVALHO que descreve o pensamento de Semler relativo ao modelo SEMCO:

No entendimento de Semler (2006), autogovernança não é uma forma generosa de altruísmo, ao contrário, é o melhor caminho para se construir uma organização flexível e versátil o suficiente para prosperar mesmo em tempos turbulentos. Gestão participativa, ainda na perspectiva derivada da prática organizacional desse autor, não é apenas um caminho pragmático para a obtenção de sucesso empresarial, mas também uma forma de vida sadia e agradável. A partir dos estudos realizados pelo pesquisador americano Rensis Likert (1975), constata-se que a administração participativa, em médio e longo prazos, oferece mais produtividade e qualidade em relação a outras formas de gestão.


Na SEMCO  a produtividade das pessoas (receitas/empregado) estão entre as mais elevadas do mercado. Em 2004 a SEMCO faturava US$ 160 milhões com 3000 empregados e vinha registrando taxas de crescimento médias de 30% ao ano em faturamento.

ATRAIR E RETER TALENTOS: QUEM É O RESPONSÁVEL?
Observando os vários cases no mundo, podemos entender que atração e retenção de talentos é evidentemente uma questão de sobrevivência e sua gestão mede a saúde estratégica da organização. Muitos dirigentes acreditam que um gerente ou até mesmo o diretor de RH dará conta da tarefa sem problemas. Hoje estou convencido que a gestão humana é muito mais filosofia,  crenças, valores, inovação, gestão e sobretudo uma questão de visão e responsabilidade da liderança. A questão é se acreditamos realmente que a gestão de talentos é uma tarefa da Alta Administração como também da média gerência e que não deve ser tratada como responsabilidade unicamente do setor de RH. Senão como um tema estratégico, por tudo isso é um assunto que deve fazer parte na agenda executiva da alta administração. A liderança tenta se livrar delegando esta questão para um executivo de RH, mas a prática nos mostra que a delegação deve ser no campo tático e operacional. A alta administração deve dar o tom e assumir a responsabilidade pela função gestão de pessoas na dimensão estratégica, porque esta questão é de sobrevivência. Vejam o que está acontecendo com o apagão de talentos em vários setores industriais no país. A perda de talentos para os concorrentes é uma realidade que de certa forma se tenta justificar acusando os concorrentes com ações não profissionais. Em certos casos isso é verdade, mas não todos os profissionais são atraídos somente por mais dinheiro senão por uma proposta de valor convincente dos adversários. O fato está em que podemos fazer mais e criar mecanismos de atração e outros de retenção que funcionam e que fazem sentido para as partes. 


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

The Best-Performing CEOs in the World

The Best-Performing CEOs in the World - Harvard Business Review:

Temos vários CEOs brasileiros nas lista dos 100 melhores. Entre estes Roger Agnelli (ex-CEO da Vale) foi qualificado o quarto entre os Top Five. Os três primeiros são o falecido Seve Jobs (Apple), Jeffrey Bezos (Amazon) e o ex-CEO da Samsung Yun Jong-Yong.

O Ranking é da INSEAD em Fontainbleau França.

O Scorecard para criar o Ranking seguiu a seguintes fontes, indicadores e análises.

Veja o artigo no site da HBR

Os CEOs de melhor desempenho do mundo | Harvard Business Review Brasil:


We selected the CEOs we tracked from the following indexes:
  • S&P Global 1200, 1997–2010
  • S&P CNX 500, 1998–2010 (for India)
  • Shanghai and Shenzhen Stock Exchanges, 1998–2010
  • MSCI Emerging Markets Latin America Index and AméricaEconomía 500, 2002–2010
  • S&P BRIC 40, 1997–2010
To make sure we had reliable and sufficient data, we excluded CEOs who had assumed their role before 1995 or after August 31, 2010. (For example, Tim Cook of Apple is not eligible because he became CEO in 2011.) And we included only those whose tenure lasted more than two years. All told, we ended up with 3,143 CEOs from 1,862 companies, of whom 1,007 were still in office on the date we stopped measuring performance. The entire group represented 64 nationalities and came from companies based in 37 countries.

Metrics. We pulled financial data from Datastream and Worldscope and calculated daily company returns for the entire length of each CEO’s tenure (or until August 31, 2012, if the CEO was still in office). We calculated three sets of numbers:
Country-adjusted company returns. We computed a company’s total shareholder return (including dividends reinvested) for the CEO’s tenure. We then computed the average return for other firms from the same country over the same period and subtracted that figure from the company’s return. This measure thus excludes any increase in stock return that is merely attributable to an improvement in the general stock market of a country.
Industry-adjusted company returns. We also deducted the average return for the industry, to exclude any increases that were the result of rising fortunes for the overall industry.
Market capitalization change. We measured the change in the company’s equity market capitalization over the CEO’s tenure. We adjusted this figure for inflation in each country and translated values into U.S. dollars, using 2011 exchange rates. We added to this number the inflation-adjusted value of the dividends and shares repurchased, and subtracted the adjusted value of shares issued.
We then ranked all CEOs for each metric—from 1 (best) to 3,143 (worst)—and calculated the average of the three rankings for every CEO to create the final overall ranking. Using three metrics is a balanced and robust approach: While the first two metrics risk being skewed toward smaller companies (it’s easier to get large returns if you start from a small base), the third is skewed toward larger companies.
Analysis. We performed regression analysis on the data set of 3,143 CEOs. This allowed us to “control” for some factors and isolate the effect that one factor (such as having an MBA) had on a CEO’s standing in the ranking. Significant effects are reported in this article.
Nana von Bernuth, project manager, led the effort to create and analyze the ranking.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Crowdsourcing: o público como aliado das corporações

Artigo de Alex Sanghikian

O crowdsourcing foi apregoado ao longo dos últimos anos, de meados de 2006 a 2008 como uma solução inovadora para alguns dos entraves mais marcantes das organizações. O processo de utilizar a sabedoria das multidões – dentro delas seus próprios clientes, para trazer novas ideias, conceitos e resolver problemas - começou a ser visto como uma revolução. Afinal, se a opinião do público era tão precisa quanto se afirmava, e os resultados tão bons, a técnica se desenhava não apenas como uma alternativa para melhorias e criação internas de novos produtos/serviços, como também para a própria utilização de agências terceirizadas de publicidade, marketing e inovação. Afinal, o próprio público seria o responsável por escolher as campanhas e conceitos que mais lhe trazem impacto.

Ao longo desses anos, muitas experiências foram feitas com base nesse conceito por companhias de ponta, como Nike, Procter & Gamble, Starbucks, dentre outras. Os resultados, em alguns momentos, foram satisfatórios. Em outros, não.

O objetivo deste artigo é levantar algumas hipóteses tanto para insucessos quanto sucessos, com base na análise de casos e tendências, assim como apontar para uma evolução do uso, escorada no Hype Cycle, da Gallup, e nas práticas de bom uso do crowdsourcing apregoadas por especialistas, como Jeff Howe.

Conceito

A origem do crowdsourcing remonta a 2004, quando da publicação da obra Wisdom of the Crowds 1, de James Surowiecki. O livro traz a ideia central na qual se escora a técnica. Com base numa série de casos, a obra define que a opinião de um grupo grande de pessoas, com suficiente independência entre si, diversidade e descentralização, é mais próxima da realidade do que a opinião de especialistas.

Porém, foi apenas em 2008 que o conceito foi efetivamente criado, por meio do livro Crowdsourcing 2, do jornalista norte-americano, Jeff Howe, muito embora a técnica já vinha sendo usada de maneira incipiente desde meados do ano 2000, quando da criação do site de colaboração para download e upload de fotos, iStockPhoto 3. A inovação trazida pelo portal era a de permitir que usuários livremente pudessem fazer o upload de suas fotos no site e ganhar com isso a partir da venda para outros internautas.

O crowdsourcing é, portanto, um conceito de negócios que tem como premissa a utilização da inteligência e dos conhecimentos coletivos e voluntários para resolver problemas, desenvolver ou aprimorar novos produtos, tecnologias e serviços, assim como criar conteúdos. A diferença de crowdsourcing para software aberto é que no caso do primeiro a iniciativa é patrocinada diretamente por uma organização, enquanto que no segundo pode vir da iniciativa coletiva de colaborar por parte de um determinado grupo de pessoas.

Assim, essa técnica tem ajudado as empresas a resolverem problemas e buscarem novas ideias e conceitos para seus produtos, assim como governos e demais organizações a superarem desafios relativos às suas áreas de atuação.

Ferramentas

Para dar início a um projeto de crowdsourcing, é importante conhecer ao menos as mais importantes ferramentas utilizadas para tornar essa técnica realidade. De acordo com o autor e reconhecido guru futurista de negócios, Ross Dawson, são seis as principais ferramentas para dar início a um projeto desse tipo. São elas:

  1. Plataformas de inovação distribuídas – Trata-se de plataformas para dar suporte aos processos de inovação, como Innovation Exchange e ideaken;
  2. Plataforma de ideias – Espaços onde é possível compartilhar ideias sobre processos internos e externos, como a plataforma Spigit;
  3. Prêmios por inovação – Desafios criados para fomentar novas ideias, e que premiam os autores dos melhores trabalhos inovadores;
  4. Mercados de conteúdo – Plataformas onde as pessoas submetem seus conteúdos para outras pessoas comprarem, como Threadless e Red Bubble;
  5. Mercados preditivos - Bancos de apostas criados em plataformas de Web 2.0, cujo objetivo é prever algo que irá acontecer no futuro por meio da inteligência coletiva;
  6. Plataformas de competição – Espaço que promove a competição de trabalhos ou ideias criativas, de modo a identificar expertises e conceitos inovadores. Exemplos: DesignCrowd e CrowdSpring.

Evolução do uso

O início da popularização do uso do crowdsourcing nas organizações e na mídia, principalmente nos Estados Unidos, teve como consequência a adoção da prática por uma série de empresas de grande porte. Os exemplos são os mais variados: Starbucks, Dell, Procter & Gamble, BestBuy, Nike, dentre outras, fizeram uso da técnica para aprimorar e criar novos produtos e serviços.

A utilização com sucesso do crowdsourcing vem aliada a algumas condições. A principal delas, e defendida de forma ferrenha por grande parte dos precursores da sua divulgação no meio organizacional, dentre eles Jeff Howe, é que você não engana o público. O que significa isso, porém?

Para Howe, o público não é tolo, e sabe quando está sendo apenas usado com o propósito de ser uma mão-de-obra grátis para uma organização resolver seus problemas. Segundo ele, o público é movido não apenas pela recompensa, mas pela satisfação profissional. Ou seja, a própria colaboração pode vir a ser a recompensa e motivação 4, desde que claramente divulgada e conduzida por parte da organização.

A corrida pelo uso dessa técnica inovadora - ainda sem um embasamento profundo por grande parte das organizações - ao longo dos últimos anos mostrou que o crowdsourcing pode não trazer resultados tão precisos quanto o esperado. A imprensa especializada aponta, desde meados de 2008, para alguns resultados pouco expressivos. O principal motivo, de acordo com grande parte dessas publicações, dentre elas a BusinessWeek 5, é o fato de algumas companhias terem adotado o conceito como uma simples maneira de usar o público para resolver seus problemas, ao contrário do que prega Howe, sem se preocupar seriamente em oferecer recompensas reais ou uma divulgação efetiva das boas ideias e de seus autores.

Um exemplo desse tipo de prática vem do projeto Assignment Zero 6, primeira iniciativa de crowdsourcing da NewAssignment 7, uma plataforma com o objetivo de divulgar a inovação no jornalismo. Este projeto de 12 semanas, realizado em 2007, tinha como objetivo a criação de uma reportagem sobre crowdsourcing e suas melhores práticas em conjunto com os internautas.

Porém, alguns problemas na sua estrutura levaram o Assignment Zero a não atingir seu objetivo. Dentre essas dificuldades estava o fato de o desafio ter sido colocado no site de forma muito vaga, causando confusão entre os usuários. Além disso, a organização criou tópicos temáticos para os participantes, porém, eles queriam debater sobre outros assuntos. Por fim, não havia qualquer moderação para dar boas-vindas aos participantes, e apenas uma pessoa para responder a dúvidas dos usuários.

Assim, mesmo com cerca de 500 contribuidores em potencial inscritos no site,
houve pouca contribuição para o projeto.

Os problemas levaram os organizadores a recrutarem mais pessoas para a mediação, porém, tal esforço não ajudou, já que esses profissionais não tinham experiência no ambiente web. Somente ao fim do projeto foi criado um ambiente livre de colaboração, por meio de comunidades, onde os usuários puderam participar abertamente, fato este que levou a um aumento do interesse por parte dos internautas. Mesmo assim, porém, a participação ainda era baixa, até que os organizadores descobriram que os participantes estavam mais interessados em entrevistar especialistas indicados pelo portal do que propriamente escrever um texto em conjunto.

A partir do momento em que tal espaço foi liberado, a colaboração aumentou, rendendo alguns dados interessantes. Entretanto, o resultado ainda foi aquém do esperado, em virtude também da falta de disponibilidade de todos os especialistas requisitados para entrevistas 8.

O público em xeque

Essas distorções no uso da técnica, como as do exemplo do Assignment Zero, trouxeram consigo uma série de dúvidas sobre o real valor do crowdsourcing para as corporações.

Grande parte dos problemas levantados veio por meio de articulistas de negócio 9. Uma das críticas é a de que não é o público quem resolve problemas e traz inovações para as empresas, mas sim o talento e a dedicação de alguns poucos indivíduos nesse meio, capacitados para isso e com tempo e vontade de trabalhar nesses conceitos. Tais argumentos, porém, deixam de lado a ideia de que o crowdsourcing se faz também da participação coletiva e única de indivíduos, ou seja, tanto da solução em conjunto de problemas e da colaboração quanto da participação individual, que pode, por si só, trazer uma solução desejada.

Amadurecimento do uso

Segundo alguns especialistas voltados a defender o uso do crowdsourcing ante essas críticas, vale destacar o Crowdsourcing Directory 10, um blog especializado na técnica, que conta com a participação de alguns especialistas no assunto de todo o mundo. Uma das ideias levantadas é a de que o conceito atualmente passa por um processo idêntico ao da Hype Cycle 11 de tecnologias emergentes, da Gartner, representado abaixo:

Imagem 1: Hype Cycle, da Gartner 12


Segundo os especialistas, o momento de euforia pelo qual as organizações passaram em relação ao crowdsourcing passou no início de sua implementação seria o “Pico das Expectativas Inflacionadas”, quando muitas empresas participaram de uma corrida por esse tipo de inovação. Logo em seguida, com alguns resultados aquém do esperado, veio o período de “Desilusão”, com o aumento das críticas e a menor adoção no mundo organizacional.

A ideia defendida dentro do Crowdsourcing Directory é a de que passamos atualmente por um período de “Declive de Esclarecimento”, ou seja, a fase em que o conceito começa a ser melhor entendido e utilizado pelas empresas, como o próprio Jeff Howe defende em seu blog 13, ou seja, o uso da técnica de modo valorizar o público e não apenas “usá-lo”.

Assim, as boas práticas de um projeto bem conduzido de crowdsourcing passam por elementos como:

• Comunicação clara e sincera com o público sobre os objetivos do projeto e os desafios apresentados;
• Formas igualmente claras de recompensar o público pelo esforço. Não é preciso necessariamente uma recompensa em dinheiro, mas sim expor claramente quais os benefícios decorrentes da participação, como divulgação do trabalho entre demais colaboradores e empresas, ou a simples colaboração;
• O público deve ser sempre diversificado, de modo a poder trazer soluções criativas e diferentes para os problemas;
• O uso de ferramentas e técnicas de mídias sociais, como comunidades, ajuda na colaboração e troca de conhecimentos entre os participantes, estimulando mais a participação.

Um bom exemplo de uso do crowdsourcing vem da companhia de software Mozilla, responsável, dentre outros produtos, pelo browser Firefox. O modelo adotado pela empresa é um dos mais bem-sucedidos que existem quanto à colaboração de pessoas das mais diversas formações. Por meio de uma série de canais disponibilizados em seu portal 14 na internet, a organização conta com colaboradores de todo o mundo, responsáveis por cerca de 40% de toda a produção da empresa, desde códigos até logotipos.

O modelo de colaboração do Mozilla não se sustenta apenas pelo fato de a companhia não ter fins lucrativos. De acordo com entrevistas 15 conduzidas junto a contribuidores da empresa, o que importa mesmo é o compromisso da organização em criar uma comunidade de colaboradores e de liberar o acesso ao uso dessas inovações.

O estudo mostrou assim três principais razões que levam ao sucesso do modelo de crowdsourcing do Mozilla:

• Os interesses da organização estão alinhados aos do público;
• Os usuários podem obter reconhecimento pelos seus esforços;
• Os participantes podem interagir livremente com outros internautas com os mesmos interesses.

Além disso, algumas outras iniciativas servem para reforçar a ideia de amadurecimento do uso da técnica, como a utilização com sucesso do crowdsourcing por Barack Obama 16 em sua campanha eleitoral; o uso da técnica por parte do governo de Cingapura 17 para reduzir os gastos com projetos desnecessários para a população; e a iniciativa holandesa do Battle Of Concepts 18, que oferece aos estudantes universitários a possibilidade de auxiliar as organizações na solução de problemas internos, dando-lhes visibilidade no mercado.

Conclusão

O crowdsourcing, assim como grande parte das novas técnicas oriundas da difusão da Web 2.0 no dia a dia das corporações, ainda carece de tempo e uso para ser devidamente utilizado e para que se possa entender claramente quais as melhores maneiras que a técnica poderá ajudar as organizações em seus processos internos e inovações.

Fica evidente, porém, que o crowdsourcing passa por um período de amadurecimento de uso. Se por um lado as críticas e alguns maus resultados na implementação do conceito o colocaram em xeque em determinado momento, por outro têm servido como ferramenta natural para que a técnica tenha suas boas práticas de uso sedimentadas pelo mercado.

Em muito isso vai depender da adoção correta desta técnica pelas organizações: a utilização efetiva do crowdsourcing como via de mão dupla. Ou seja, se por um lado as corporações ganham com as ideias e o trabalho dos usuários, por outro, o público também é beneficiado, seja com a pura e simples satisfação em colaborar, seja com a divulgação de seu trabalho, ou com algum outro tipo de prêmio. A ideia central, novamente, é a de que a organização deve ser direta e sincera com o público e não tentar enganá-lo com recompensas que pouco agregam, ou com uma falsa cultura de colaboração.

Com o amadurecimento do uso, o crowdsourcing segue agora na fase que a Gartner denomina como “Plateau de Produtividade”, ou seja, o momento em que a nova tecnologia entra em um período de uso “sustentável”: atinge seu estágio de maturidade no mercado. Porém, ainda não é o momento de se trazer uma definição precisa de como será o futuro do seu uso, seja por grandes empresas, seja por iniciativas de pequenos empreendedores, mas sim destacar que a boa utilização da técnica aponta diretamente para benefícios tangíveis e claros para as organizações.



Bibliografia


  1. SUROWIECKI, James. The Wisdom of Crowds: Why the Many Are Smarter Than the Few and How Collective Wisdom Shapes Business, Economies, Societies and Nations.Doubleday, Anchor, 2004, EUA, 336 pgs.
  2. HOWE, Jeff. Crowdsourcing. Why the Power of the Crowd is Driving the Future of Business. Crown Business, 2008, EUA, 312 pgs.
  3. http://istockphoto.com 
  4. BRABHAM, Daren C. Moving the Crowd at Threadless: Motivations for Participation in a Crowdsourcing Application.
    http://www.darenbrabham.com/files/brabhamthreadless.pdf
  5. http://www.businessweek.com/innovate/content/jan2010/id20100122_047502.htm
  6. http://zero.newassignment.net/
  7. http://www.newassignment.net
  8. GEERTS, Simone, A. M. Discovering Crowdsourcing. Theory, Classification and Directions for Use. http://alexandria.tue.nl/extra2/afstversl/tm/Geerts%202009.pdf
  9. http://www.forbes.com/2009/09/28/crowdsourcing-enterprise-innovation-technology-cio-network-jargonspy.html
  10. www.crowdsourcingdirectory.com
  11. http://www.gartner.com/pages/story.php.id.8795.s.8.jsp#2
  12. http://en.wikipedia.org/wiki/Hype_cycle
  13. http://crowdsourcing.typepad.com/
  14. http://www.mozilla.org
  15. http://www.businessweek.com/technology/content/jul2009/tc2009071_384108.htm
  16. http://change.gov
  17. http://app.mof.gov.sg/cutwaste
  18. www.battleofconcepts.nl; www.battleofconcepts.com.br