terça-feira, 23 de outubro de 2012

COMO INOVAR DE MODO SEGURO


Um dia desses, um empresário que está iniciando com investimentos em tecnologia na sua empresa me perguntou: COMO FAZER PRA INVESTIR EM INOVAÇÃO DE MANEIRA SEGURA E SEM DESPERDÍCIO.
 A resposta possui variantes, as quais vou comentar brevemente cada uma delas.

 Em primeiro lugar o sigilo, segredo industrial, é a alma de uma empresa. Não existe “parceria”, “amigo do peito” ou até mesmo parentesco que segure o sigilo uma boa invenção, quando a outra parte for mal intencionada. Imaginem se a fórmula da Coca-Cola fosse divulgada, quantas empresas não estariam fabricando e informando que estão fabricando o mesmo produto da Coca-Cola?

Contratos de Confidencialidade estão muito na moda, e devem ser bem redigidos para que não possibilite o tradicional “jeitinho” para burlar e copiar um grande invento.

Por outro lado, uma vez “criado o novo invento”, o detentor deverá se precaver da forma correta, ou seja, antes de depositar a patente de invenção, seria muito bom fazer uma boa busca na base de patentes, tanto nacional, quanto internacional. Com isso o inventor terá uma boa possibilidade de que seu produto contará com o maior de todos os requisitos a INOVAÇÃO DE SUA INVENÇÃO.

Quando for elaborar (redigir) sua patente, tenha a certeza que estará contratando um profissional de alto gabarito, uma péssima redação pode colocar por terra todo um investimento em cima da sua invenção. Bons desenhos e uma redação didática e técnica são a base de uma patente bem feita.

 Lembre-se muito bem, o prazo entre INVENTAR e registrar a sua patente não pode exceder 12 meses. Tenha muito cuidado ao divulgar sua invenção, pois caso não ocorra o registro no prazo, sua invenção cairá em Domínio Público e qualquer poderá explorar financeiramente seu invento.

Autor: Paulo Eduardo Almeida

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A BICICLETA DE U$ 9 DE CARTÃO: This $9 Cardboard Bike Can Support Riders Up To 485lbs


This $9 Cardboard Bike Can Support Riders Up To 485lbs | Co.Design: business + innovation + design:


Izhar cardboard bike project from Giora Kariv on Vimeo.

Uma visão radical do design de uma bicicleta de papelão corrugado como principal matéria prima e que levou 3 anos para chegar a um estágio funcional (ver foto abaixo). Esta é a obra prima do fanático por bicicletas Izhar Gafni. Será que estamos testemunhando a inovação de um inovador conhecido como lead user, nome carimbado pelo Professor Von Hippel (MIT) que o descobriu e estuda desde 1986?. Lead Users são criadores ou usuários que quando enfrentam uma necessidade, e especialmente a vivem primeiro que todos os mortais, fazem uso da criatividade para atender sua necessidade visto que naquele momento em particular o produto que precisam contratar para realizar uma determinada tarefa normalmente não existe. Ao perceber esta necessidade eles mesmos desenvolvem uma solução ou mesmo experimentam produtos em estágio embrionário que podem dar conta da tarefa. Os lead users são minoria na distribuição de usuário e são difíceis de identificar. As empresas hoje estão muito interessadas em identificar e trabalhar com estas pessoas com o perfil de lead users de forma a co-desenvolver inovações. Esta abordagem foi tratada desde sempre por Von Hippel e mesmo ultimamente pelo falecido K.C. Prahalad.

No caso da bicicleta de Gafni a inovação não está na criação de um novo conceito de bicicleta como a conhecemos, senão no processo construtivo e especialmente no uso de um novo material para construir bicicletas. Por muito tempo o paradigma no mundo das bicicletas tem sido o uso de material metálico como principal matéria prima. Sabemos a algum tempo de experiências com outros materiais como é o caso de bicicletas de madeira (ver imagem abaixo). Podemos entender como uma alternativa no conceitos de substituição do material construtivo e estruturalAlias as bicicletas de madeira é uma alternativa, porém o que Gafni traz como novidade é a uso criativo do cartão, curiosamente a substituição das rodas é o que mais me chama a atenção no design de Gafni e é claro o uso de um material reciclado. Bicicletas são equipamentos de transporte ecologicamente corretas visto que possuem grande influência no ecossistema como um todo, seja para o transporte das pessoas e sua saúde (criando oportunidade de exercício físico) e na diminuição de poluição do próprio sistema.

O seu custo ficaria muito menor quando produzido em escala e como projeto eco-social. A minha ideia de modelo de negócio para esta bicicleta não seria produção e vendas no varejo (web ou tradicional). Este poderia ser disponibilizado gratuitamente ou alugado para as pessoas usarem no centro das cidades ou bairros, de forma a promover um transporte público alternativo. Estariam incluídos dentro de um modelo de transporte público alternativo e gratuito ou de baixa tarifa. Infraestrutura viária seria necessário para atender o aumento de volume. Sabemos que seria necessário investimentos em ciclovias. Como toda cidade precisa ter um plano para melhorar o sistema viário. Seria simples investir em ciclovia, não posso considerar isto como um empecilho, especialmente pelo retorno e valor social do projeto. Considero isto somente uma questão do líder público acreditar que este projeto traz capital político consistente. Não estaríamos sozinhos nesta empreitada. A França e outros países europeus possuem esta alternativa em funcionamento com bicicletas disponibilizadas pelo governo. Até a cidade do México tem seu modelo, por isso não é novidade. Até São Paulo tem seu próprio projeto piloto. A questão é a escala disto e sua propagação. Uma bicicleta normal simples está acima de R$ 200 a 300, isto as torna um modelo de alto custo de investimento. Podemos dizer que os custos de material de uma bicicleta de cartão serão de 700 a 900 % menores. Mesmo o papelão poderia ser desenhado e produzido especialmente para fazer as bicicletas, isto diminuirá os custos e mesmo melhorar a qualidade do produto. As reduções das etapas e tempos de produção diminuem enormemente o custo unitário, que é o que importa no aumento da produtividade para viabilizar e criar uma real disrupção. 
Imaginemos um pouco um cenário alternativo de alguém precisar ir de um ponto a outro no centro da cidade. Estas bicicletas estariam disponíveis para as pessoas utilizarem de forma gratuita ou a preços que ajudem a cobrir os custos de manutenção e administração do sistema. Alternativamente o sistema pode ser promovido pelos ministérios do transporte, das cidades e da saúde. O foco seria melhorar a saúde das pessoas e diminuir a poluição com menos carros e ônibus na cidade. Especialmente, diminuir o número de carros no centro das cidades. Estes poderiam ser regionalizados e limitados por cores ou mesmo poderiam ser chipados (com GPS) para controle de localização e uso. Podemos considerar como uma potencial disrupção no sistema de transportes (público e privado (táxis)). Um tipo de bicicleta de tão baixo custo feita de material reciclado pode ser uma disrupção de produto e modelo de negócio orientado ao transporte público e ter um alto impacto social. O público pode ser conscientizado para cuidar deles e ser considerado como propriedade pública e responsabilidade da sociedade cuidar. Supervisão será sempre necessária, disk denúncia sempre será útil junto com um sistema de controle. As perdas de bicicletas são prováveis, mas seu baixo custo não comprometeriam o modelo de negócio. As associações ou ONG´s podem administrar o sistema. É somente uma ideia que precisaria de um melhor pensar sistêmico, mas estou dando meus palpites e contribuir dentro de mercado de ideias de melhorar a qualidade de vida nas cidades. 

Somente o tempo dirá, espero que esta passe pelo processo de difusão esperado e se propague e que Gafni encontre o modelo de negócio adequado. Também, pode ser somente mais um modelo curioso na lista da criatividade humana que vai ficar  no conceito que não colou como muitos outros. Este é o dilema de toda ideia radical.

Atualmente Gafni está indo atrás do capital para viabilizar o seu projeto. O importante neste case é a curiosidade do que se pode fazer com materiais alternativos, quebra de paradigmas e a importância da prototipagem como  fundamental no processos de desenvolvimento que leva a inovação. Um belo exemplo da criatividade e inventividade humana!.

A proposta é verdadeiramente radical, não acham?

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Será que ambientalistas linha dura a comprariam esta bicicleta hoje?




terça-feira, 2 de outubro de 2012

Marketing Is Dead - Bill Lee - Harvard Business Review


O Post de Bill Lee da HBR é esclarecedor e o recomendo:

Marketing Is Dead - Bill Lee - Harvard Business Review: "Marketing Is Dead"

A morte do Marketing como o conhecemos é um fato e precisamos ter a decência de confirmar e assinar  o óbito para de uma vez por todas enterrá-lo e assim reconstruir as bases do novo Marketing. A capacitação deverá vir pelas universidades, mas parece que também os livros e manuais de Marketing devem ser reescritos. Michael Porter desde o início da Internet e sua febre que gerou a bolha das ponto com no final dos anos 90, defende que a internet não pode ser encarada como a estratégia de uma empresa, senão é nada mais do que um novo canal de comunicação que deverá ser escolhido em função da estratégia da empresa. Muitos defensores da internet como estratégia não gostaram do questionamento de Porter. No final das contas ele tinha toda razão. Os negócios na internet e os empreendedores caíram na real após a queda das ponto-com.   Mas uma coisa é certo, do ponto de vista da estratégia de marketing a internet se tornou algo muito maior do que um simples canal, ele se tornou em algo superior a tudo que conhecemos como canal de comunicação. Especialmente o poder das redes e sua descentralização, conexões e a interatividade entre os indivíduos / clientes com todos os níveis e camadas no mercado. Este aumento na complexidade do contexto do marketing nos leva a lembrar as palavras do grande Albert  Einstein:

"Sem mudarmos nossos padrões de pensamento, não seremos capazes de solucionar problemas que criamos com nosso padrão de pensamento normal"

Estadão: Histórias inovadoras para você se inspirar e diferenciar de uma vez por todas o seu negócio

A FDC identificou que mais da 50% das médias empresas brasileiras investe 0% em inovação. Isto significa o que?,  ou não precisam de novidades ou são empresas que não irão alcançar a idade média esperada.
Não inovar na maioria dos casos pode ser fatal. Por outro lado existem negócios que fazem parte de uma cadeia muito bem montada e que a teoria do negócio está definida e protegida, não necessariamente eterna, mas com uma projeção fluída e sem possibilidade alguma de disrupção no curto ou médio prazo e até mesmo no longo prazo. Vejam o caso dos cartórios, quando foram implementados e incorporados na vida dos cidadãos e até estrangeiros e  turistas, fazem mais de um século. Até Collins & Porras dirias que estas foram feitas para durar. Até o momento os cartórios convivem com a incorporação de tecnologias adquiridas de terceiros, por isso são rapidamente implementadas pela maioria (informatização das operações) sem criar nenhuma diferenciação real. A burocracia é um baluarte que protege este modelo de negócio. Simplesmente,uma modernização com diferencial momentâneo. Outro caso são as farmácias, tenho percebido poucas mudanças do que era uma farmácia no início do século das farmácias atualmente. A inovação para este tipo de negócio não é trivial. Acredito que somente quando tivermos inovações sistêmicas na cadeia na saúde que as sustentam veremos mudanças no modelo. Provavelmente somente veremos mudanças no modelo de negócio das farmácias quando mudanças na cadeia forem realizadas. Não é o caso do varejo de massas de produtos de consumo como foram as inovações que afetaram as Adegas e Lojas de Secos e Molhados, o surgimento das Lojas de Departamento e depois as Lojas de Desconto, para depois surgir os Mercadinhos de Bairro seguido do conceito de Supermercados até chegar ao combinadão dos Hipermercados. Nas últimas duas décadas outros conceitos foram implementados como é o caso do Atacarejo (combinação dos hipermercado e atacadão) e o One Dollar (foco: alto consumo com produtos por um dollar) no Brasil são conhecidas como as lojas de 1,99. Todas estas inovações trouxeram mudanças profundas ao mercado varejista, comportamento de compra (ou febre de consumo) e principalmente maiores vendas e concentração na captura de valor, dando maior poder ao varejo, ou seja os fabricantes perderam muito do seu poder de barganha, margens e onde gastar seu dinheiro de promoção dos produtos. Somente para esclarecer estas inovações podem ser melhor entendidas pelas teorias da inovação disruptivas.

Dos outros 50% (as inovadoras) existem casos muito interessantes de empresas criadas em função de novos produtos / serviços ou novos modelos de negócios. O Estadão publicou alguns cases que podem inspirar. Estes exemplos são alguns entre muito que podemos descobrir todos os dias na web ou nas ruas, onde um empreendedor lança algo que se tornará uma inovação de alto nível ou somente um exemplo a evitar.

Alguns cases da reportagem no Estadão PME:


Malhação diária
Ir à academia diariamente parece uma missão difícil para algumas pessoas, especialmente quando falta vontade mesmo com a mensalidade paga. Pois agora os paulistanos contam com uma nova opção, que é mais flexível. O site GymPass, criado há menos de um mês, vende tíquetes a partir de R$ 14,90 que dão direito a frequentar por um só dia uma das 102 academias cadastradas na página da internet. Os preços variam de acordo com a academia e com o pacote de exercícios contratado, além do auxílio de professores.
Medicina
Ao perceberem a dificuldade que a indústria farmacêutica enfrentava para esclarecer médicos e pacientes sobre o tratamento de doenças crônicas, as empresárias Luciana Guimarães e Vanessa Vasquez encontraram uma boa oportunidade de negócio: investir em comunicação e criar uma ponte entre fabricante e usuário de medicamentos.
Antes de se tornarem sócias, as amigas trabalhavam em uma distribuidora de medicamentos e foi nesse período que notaram a carência por um serviço desse tipo no mercado. Assim nasceu a Íntegra Medical, que começou com capital próprio de R$ 120 mil em 2005 e faturou R$ 12 milhões no ano passado – a expectativa das empreendedoras é chegar a R$ 20 milhões em 2012.
Comida congelada e gourmet 
Risoto vegetariano, franguinho da fazenda, cordeiro com grão de bico e caçarola de carne e grãos. Para quem pensou nos pratos para comer na hora do almoço pode esquecer. As opções congeladas foram criadas para cães pelas irmãs, a veterinária Juliana Bechara Belo e a chef de cozinha Veri Noda. Juntas, elas inauguraram a La Pet Cuisine, uma empresa de comida gourmet natural e balanceada para os bichinhos de estimação.
Bombeiros
Dois bombeiros aposentados tornaram-se empresários milionários nos Estados Unidos ao investirem em uma ideia original: uma rede de fast food que reproduz o interior do quartel em que passaram boa parte de suas vidas. Chamado de Firehouse Sub, o negócio atualmente rivaliza com as principais redes de lanchonete do País.
A vida dos irmãos Chris e Robin Sorensen começou a se transformar após um passeio por Jacksonville, no estado norte-americano da Flórida, 20 anos atrás. Eles estavam cabisbaixos após uma série de aventuras empreendedoras mal sucedidas acumuladas desde a aposentadoria – incluindo uma fazenda de cultivo de árvores de natal, que faliu após a marca de uma única venda registrada.