This $9 Cardboard Bike Can Support Riders Up To 485lbs | Co.Design: business + innovation + design:
Izhar cardboard bike project from Giora Kariv on Vimeo.
Uma visão radical do design de uma bicicleta de papelão corrugado como principal matéria prima e que levou 3 anos para chegar a um estágio funcional (ver foto abaixo). Esta é a obra prima do fanático por bicicletas Izhar Gafni. Será que estamos testemunhando a inovação de um inovador conhecido como lead user, nome carimbado pelo Professor Von Hippel (MIT) que o descobriu e estuda desde 1986?. Lead Users são criadores ou usuários que quando enfrentam uma necessidade, e especialmente a vivem primeiro que todos os mortais, fazem uso da criatividade para atender sua necessidade visto que naquele momento em particular o produto que precisam contratar para realizar uma determinada tarefa normalmente não existe. Ao perceber esta necessidade eles mesmos desenvolvem uma solução ou mesmo experimentam produtos em estágio embrionário que podem dar conta da tarefa. Os lead users são minoria na distribuição de usuário e são difíceis de identificar. As empresas hoje estão muito interessadas em identificar e trabalhar com estas pessoas com o perfil de lead users de forma a co-desenvolver inovações. Esta abordagem foi tratada desde sempre por Von Hippel e mesmo ultimamente pelo falecido K.C. Prahalad.
No caso da bicicleta de Gafni a inovação não está na criação de um novo conceito de bicicleta como a conhecemos, senão no processo construtivo e especialmente no uso de um novo material para construir bicicletas. Por muito tempo o paradigma no mundo das bicicletas tem sido o uso de material metálico como principal matéria prima. Sabemos a algum tempo de experiências com outros materiais como é o caso de bicicletas de madeira (ver imagem abaixo). Podemos entender como uma alternativa no conceitos de substituição do material construtivo e estrutural. Alias as bicicletas de madeira é uma alternativa, porém o que Gafni traz como novidade é a uso criativo do cartão, curiosamente a substituição das rodas é o que mais me chama a atenção no design de Gafni e é claro o uso de um material reciclado. Bicicletas são equipamentos de transporte ecologicamente corretas visto que possuem grande influência no ecossistema como um todo, seja para o transporte das pessoas e sua saúde (criando oportunidade de exercício físico) e na diminuição de poluição do próprio sistema.
O seu custo ficaria muito menor quando produzido em escala e como projeto eco-social. A minha ideia de modelo de negócio para esta bicicleta não seria produção e vendas no varejo (web ou tradicional). Este poderia ser disponibilizado gratuitamente ou alugado para as pessoas usarem no centro das cidades ou bairros, de forma a promover um transporte público alternativo. Estariam incluídos dentro de um modelo de transporte público alternativo e gratuito ou de baixa tarifa. Infraestrutura viária seria necessário para atender o aumento de volume. Sabemos que seria necessário investimentos em ciclovias. Como toda cidade precisa ter um plano para melhorar o sistema viário. Seria simples investir em ciclovia, não posso considerar isto como um empecilho, especialmente pelo retorno e valor social do projeto. Considero isto somente uma questão do líder público acreditar que este projeto traz capital político consistente. Não estaríamos sozinhos nesta empreitada. A França e outros países europeus possuem esta alternativa em funcionamento com bicicletas disponibilizadas pelo governo. Até a cidade do México tem seu modelo, por isso não é novidade. Até São Paulo tem seu próprio projeto piloto. A questão é a escala disto e sua propagação. Uma bicicleta normal simples está acima de R$ 200 a 300, isto as torna um modelo de alto custo de investimento. Podemos dizer que os custos de material de uma bicicleta de cartão serão de 700 a 900 % menores. Mesmo o papelão poderia ser desenhado e produzido especialmente para fazer as bicicletas, isto diminuirá os custos e mesmo melhorar a qualidade do produto. As reduções das etapas e tempos de produção diminuem enormemente o custo unitário, que é o que importa no aumento da produtividade para viabilizar e criar uma real disrupção.
Imaginemos um pouco um cenário alternativo de alguém precisar ir de um ponto a outro no centro da cidade. Estas bicicletas estariam disponíveis para as pessoas utilizarem de forma gratuita ou a preços que ajudem a cobrir os custos de manutenção e administração do sistema. Alternativamente o sistema pode ser promovido pelos ministérios do transporte, das cidades e da saúde. O foco seria melhorar a saúde das pessoas e diminuir a poluição com menos carros e ônibus na cidade. Especialmente, diminuir o número de carros no centro das cidades. Estes poderiam ser regionalizados e limitados por cores ou mesmo poderiam ser chipados (com GPS) para controle de localização e uso. Podemos considerar como uma potencial disrupção no sistema de transportes (público e privado (táxis)). Um tipo de bicicleta de tão baixo custo feita de material reciclado pode ser uma disrupção de produto e modelo de negócio orientado ao transporte público e ter um alto impacto social. O público pode ser conscientizado para cuidar deles e ser considerado como propriedade pública e responsabilidade da sociedade cuidar. Supervisão será sempre necessária, disk denúncia sempre será útil junto com um sistema de controle. As perdas de bicicletas são prováveis, mas seu baixo custo não comprometeriam o modelo de negócio. As associações ou ONG´s podem administrar o sistema. É somente uma ideia que precisaria de um melhor pensar sistêmico, mas estou dando meus palpites e contribuir dentro de mercado de ideias de melhorar a qualidade de vida nas cidades.
Somente o tempo dirá, espero que esta passe pelo processo de difusão esperado e se propague e que Gafni encontre o modelo de negócio adequado. Também, pode ser somente mais um modelo curioso na lista da criatividade humana que vai ficar no conceito que não colou como muitos outros. Este é o dilema de toda ideia radical.
Atualmente Gafni está indo atrás do capital para viabilizar o seu projeto. O importante neste case é a curiosidade do que se pode fazer com materiais alternativos, quebra de paradigmas e a importância da prototipagem como fundamental no processos de desenvolvimento que leva a inovação. Um belo exemplo da criatividade e inventividade humana!.
A proposta é verdadeiramente radical, não acham?
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Será que ambientalistas linha dura a comprariam esta bicicleta hoje?
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