A FDC identificou que mais da 50% das médias empresas brasileiras investe 0% em inovação. Isto significa o que?, ou não precisam de novidades ou são empresas que não irão alcançar a idade média esperada.
Não inovar na maioria dos casos pode ser fatal. Por outro lado existem negócios que fazem parte de uma cadeia muito bem montada e que a teoria do negócio está definida e protegida, não necessariamente eterna, mas com uma projeção fluída e sem possibilidade alguma de disrupção no curto ou médio prazo e até mesmo no longo prazo. Vejam o caso dos cartórios, quando foram implementados e incorporados na vida dos cidadãos e até estrangeiros e turistas, fazem mais de um século. Até Collins & Porras dirias que estas foram feitas para durar. Até o momento os cartórios convivem com a incorporação de tecnologias adquiridas de terceiros, por isso são rapidamente implementadas pela maioria (informatização das operações) sem criar nenhuma diferenciação real. A burocracia é um baluarte que protege este modelo de negócio. Simplesmente,uma modernização com diferencial momentâneo. Outro caso são as farmácias, tenho percebido poucas mudanças do que era uma farmácia no início do século das farmácias atualmente. A inovação para este tipo de negócio não é trivial. Acredito que somente quando tivermos inovações sistêmicas na cadeia na saúde que as sustentam veremos mudanças no modelo. Provavelmente somente veremos mudanças no modelo de negócio das farmácias quando mudanças na cadeia forem realizadas. Não é o caso do varejo de massas de produtos de consumo como foram as inovações que afetaram as Adegas e Lojas de Secos e Molhados, o surgimento das Lojas de Departamento e depois as Lojas de Desconto, para depois surgir os Mercadinhos de Bairro seguido do conceito de Supermercados até chegar ao combinadão dos Hipermercados. Nas últimas duas décadas outros conceitos foram implementados como é o caso do Atacarejo (combinação dos hipermercado e atacadão) e o One Dollar (foco: alto consumo com produtos por um dollar) no Brasil são conhecidas como as lojas de 1,99. Todas estas inovações trouxeram mudanças profundas ao mercado varejista, comportamento de compra (ou febre de consumo) e principalmente maiores vendas e concentração na captura de valor, dando maior poder ao varejo, ou seja os fabricantes perderam muito do seu poder de barganha, margens e onde gastar seu dinheiro de promoção dos produtos. Somente para esclarecer estas inovações podem ser melhor entendidas pelas teorias da inovação disruptivas.
Dos outros 50% (as inovadoras) existem casos muito interessantes de empresas criadas em função de novos produtos / serviços ou novos modelos de negócios. O Estadão publicou alguns cases que podem inspirar. Estes exemplos são alguns entre muito que podemos descobrir todos os dias na web ou nas ruas, onde um empreendedor lança algo que se tornará uma inovação de alto nível ou somente um exemplo a evitar.
Alguns cases da reportagem no
Estadão PME:
Malhação diária
Ir à academia diariamente parece uma missão difícil para
algumas pessoas, especialmente quando falta vontade mesmo com a mensalidade
paga. Pois agora os paulistanos contam com uma nova opção, que é mais flexível.
O site GymPass, criado há menos de um mês, vende tíquetes a partir de R$ 14,90
que dão direito a frequentar por um só dia uma das 102 academias cadastradas na
página da internet. Os preços variam de acordo com a academia e com o pacote de
exercícios contratado, além do auxílio de professores.
Medicina
Ao perceberem a dificuldade que a indústria farmacêutica
enfrentava para esclarecer médicos e pacientes sobre o tratamento de doenças
crônicas, as empresárias Luciana Guimarães e Vanessa Vasquez encontraram uma
boa oportunidade de negócio: investir em comunicação e criar uma ponte entre
fabricante e usuário de medicamentos.
Antes de se tornarem sócias, as amigas trabalhavam em uma
distribuidora de medicamentos e foi nesse período que notaram a carência por um
serviço desse tipo no mercado. Assim nasceu a Íntegra Medical, que começou com
capital próprio de R$ 120 mil em 2005 e faturou R$ 12 milhões no ano passado –
a expectativa das empreendedoras é chegar a R$ 20 milhões em 2012.
Comida congelada e gourmet
Risoto vegetariano, franguinho da fazenda, cordeiro com grão
de bico e caçarola de carne e grãos. Para quem pensou nos pratos para comer na
hora do almoço pode esquecer. As opções congeladas foram criadas para cães
pelas irmãs, a veterinária Juliana Bechara Belo e a chef de cozinha Veri Noda.
Juntas, elas inauguraram a La Pet Cuisine, uma empresa de comida gourmet
natural e balanceada para os bichinhos de estimação.
Bombeiros
Dois bombeiros aposentados tornaram-se empresários
milionários nos Estados Unidos ao investirem em uma ideia original: uma rede de
fast food que reproduz o interior do quartel em que passaram boa parte de suas
vidas. Chamado de Firehouse Sub, o negócio atualmente rivaliza com as principais
redes de lanchonete do País.
A vida dos irmãos Chris e Robin Sorensen começou a se
transformar após um passeio por Jacksonville, no estado norte-americano da
Flórida, 20 anos atrás. Eles estavam cabisbaixos após uma série de aventuras
empreendedoras mal sucedidas acumuladas desde a aposentadoria – incluindo uma
fazenda de cultivo de árvores de natal, que faliu após a marca de uma única
venda registrada.