sexta-feira, 26 de junho de 2009

Alta produtividade no Desenvolvimento x Baixa produtividade na Inovação

A explosão da informação, a proliferação das oportunidades, compressão do tempo e as descontinuidades criadas pelas tecnologias geram um novo quadro e dinâmica na produção de novas alternativas na solução das insatisfações na sociedade por meio de novos produtos, serviços ou mesmo novos modelos de negócio, no intuito de criar ou capturar valor.

De forma crescente, novas propostas de valor nascem dia a dia e é o que acontece com o mercado de produtos de consumo que se mostra um bom exemplo para ver a realidade do problema no quadro e a dinâmica que enfrentamos no mundo competitivo atual. Mais de 32.000 novos produtos de consumo são introduzidos anualmente no mercado. No início dos anos 90 eram um pouco mais de 15. 000 novos produtos que entravam nas prateleiras do varejo. A maioria destes produtos não sobrevive. Estima-se que a taxa de mortalidade de novos produtos fique na faixa entre 93 a 96%. Em outras palavras, somente entre 4 e 7 por cento dos produtos de consumo introduzidos em 2007 sobreviverá até 2009.
Fonte: Productscan

Mesmo que esta estatística venha da realidade da Wal-Mart é útil para entender a situação que se enfrenta. Esta baixa taxa de sucesso de novos produtos é muito cara para as empresas, que gastam bilhões cada ano em propaganda e promoção em produtos que o único que fazem é comer dinheiro.

Também sai muito caro para os varejistas, como os supermercados e cadeias de desconto, que sabem que muitas das novas ofertas não venderão.

Muito se escreveu sobre as causas da baixa taxa de sucesso de novos produtos no mercado, porém o que devemos verificar também o que está sendo feito hoje. Por um lado se sabe que existem empresas com excelente desempenho no lançamento de novos produtos (por exemplo P&G) e outras são verdadeiras amadoras no campo de batalha e que parece são a maioria. Acredito que o grande causador é a falta de competência no desenvolvimento criado pela própria falta de capacitação das equipes de desenvolvimento. Quando os japoneses criaram os seus sistemas de garantia baseados no QFD e outras ferramentas muito presentes em empresas engenharia como aeroespacial e armamento onde práticas como o Design Review, Design for Reliability (FMEA e FTA) eram coisas essenciais nos anos 70 e obrigatórios nos anos 90. Os japoneses mesmo com todo esse arcenal tinha uma estratégia de lançar e apostar para ver, agora imaginem aqueles que não usam nem o fundamental do armamento. Outras técnicas foram sendo adicionadas, o que não falta são siglas de métodos e ferramentas para apoiar a equipe de desenvolvimento de novos produtos (DNP). Também as propostas de ver o processo de DNP como um funil de Clarck e Wheelright, como também o Stage-Gate de Cooper, foram as contribuições para não fazer besteiras no DNP e aumentar a taxa de sucesso de novos produtos. Os dados mostram que se passaram mais de 15 anos e nada melhorou, pelo menos no campo do DNP de consumo. Somente a ousadia se manteve e um aumento na produção no DNP.

Algo está errado, o desperdiço é enorme ! É necessário fazer alguma coisa com relação a metodologia e o processo e torná-lo mais acessível para as massas de organizações que procura sobreviver. Estamos sabendo que existem pesquisas (desde 1970) que mostram várias causas, porém o que foi proposto e o resultado mostra que não foi suficiente.

Um comentário:

  1. Olá Carlos
    Excelente post!
    Fiquei impressionado com o pequeno número de produtos que sobrevivem.
    Realmente alguma coisa está errada no processo de inovação.
    Temos que abrir um amplo debate para identificar metodologias que possam melhorar a eficácia do processo de inovação.
    Parabéns!
    Irani Cavagnoli

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