segunda-feira, 31 de maio de 2010

O "How" e o "What" é importante, mas o "Why" é muito mais

O que diferencia os que ocupam posições de liderança e os que lideram empresas por meio de um processo que inspira os outros a fazer coisas nunca pensadas. Simon Sinek argumenta que líderes como Steve Jobs da Apple conseguem inspirar sua equipe para criar grande inovações uma atrás da outra usando um padrão de comunicação e orientação. Esta diferença está em que estes líderes se focam no "Why" e não no "How" ou o "What". Isto é sobre um padrão natural, um modo de pensar, agir e comunicar que dá alguns líderes a habilidade de inspirar aqueles em torno deles.
Dentro da lógica de orientação ao cliente saber Quem (Who) necessita o Que (What) deve ser mais importante do que o Por que (Why) ? Não..não. O Why define uma questão fundamental dentro do pensamento sistêmico de um líder e que faz parte do pensamento estratégico. Isto é o que chamo a definição de Propósitos e se tornam em si mais importante para guiar uma equipe do que saber o que e o como fazer. Isso somente tem sentido quando as coisas são esclarecidas por meio de uma Visão, Missão e um conjunto de Valores, que posso afirmas quando assimiladas pelo líder, este obtem contéudo inspirador para declarar o Why das coisas.



Imitar é melhor negócio do que Inovar? (Parte I)

No mundo das teorias da gestão do desenvolvimento e marketing de novos produtos, existem duas opções estratégicas alternativas de desenvolvimento de produto, basicamente são:

1. Estratégia reativa (melhor detalhamento na tabela abaixo)

2. Estratégia proativa:

  • pesquisa e desenvolvimento
  • marketing
  • empreendedorismo
  • alianças


Estratégia Reativa

Exemplo

defensivo: proteger a lucratividade de produtos-serviços existentes, como também de contra ataques de concorrentes.

A reação da TIM, Vivo e Claro contra as investidas de novos serviços e propostas de valor da Oi (desbloquear e portabilidade). Mexida enorme do mercado criou guerra de preços e investimentos pesados em promoção e redução das suas grossas margens.

imitativo: baseado em copiar rapidamente um novo produto antes que para o fabricante original seja assegurado seu sucesso. Também conhecida como "me too Strategy".

Acontece muito no setor da moda e móveis onde a cópia é uma constante. Aconteceu também com o sucesso bebida H2OH da Pepsi (criando um novo mercado) que atraiu imitadores. A Coca Cola foi a primeira imitadora ágil com o Aquarius, logo depois mais alguns entram seguindo a tendência.

segundo porém melhor: neste caso não somente copia, mais tenta adicionar outros atributos que o melhoram como produto e também seu posicionamento.

Para esta estratégia temos vários exemplos para quem possa se localizar no tempo: No mundo das planilhas o Excel (Microsoft) ganha do Lotus 123 (Lotus depois IBM). Os redatores MutiMate da Softword Systems Inc. e o WordPerfect no mundo do MS-DOS. No surgimento do Windows o domínio da Microsoft e seu Suite MS Office foi realmente um killer product.

responsive: significa reagir às solicitações dos clientes. Usuários de vez em quando modificam instrumentos e melhoram equipamentos que usam, assim fabricantes podem identificar novas oportunidades.

Fabricantes de móveis de escritório basicamente descobriram oportunidade no desenvolvimento das estações de trabalho e o uso intensivo de PC e Impressoras solicitado pelos clientes que no início adequaram seus móveis. O Teflon da Du Pont é outro que nasce assim, foi solicitado a criar e fabricar produtos para cozinha.

Tirado do livro “Design and Marketing of New Products de Glen L Urban e John R. Hauser. Editora Prentice Hall de 1993.”


A opção estratégica reativa sempre foi muito usada pelas empresas. Vamos dizer a muito tempo é uma escolha normal e permanece coberta por uma aura que a estigmatiza. Embora toda esta imagem ruim ela não intimidou muitos empreendedores, as imitações ou mesmo cópias de sucesso antes que a do inovador pode ser uma melhor maneira de crescimento e lucratividade para muitas empresas.


Me formei em engenharia mecânica e fiz mestrado em engenharia produção com concentração em engenharia de produto. Tive algumas disciplinas em metodologia de projeto de produtos (
product design methodology). O tema engenharia reversa naquele tempo era tratado de forma muito incipiente ou mesmo evitado e mencionado com muita reserva. O assunto sempre esteve no olho dos codificadores da ética e bons costumes, que praticamente moldaram nossa estrutura de ensino de projeto de produtos, colocando o assunto engenharia reversa fora do escopo de ensino aprendizado. Entre os poucos livros nacionais sobre a matéria projeto de produtos, eu poderia dizer entre os mais sérios que temos sobre o assunto no Brasil, tratam o tema de forma tímida e até mesmo como algo não aceitável e não relevante para um livro de ensino superior. O novo livro do meu professor de projeto de produto, Dr. Nelson Back e os professores André Ogliari, Acires Dias e Jonny Carlos da Silva, sob o titulo: Projeto Integrado de Produtos: Planejamento, Concepção e Modelagem. O livro trata o tema engenharia reversa em aproximadamente uma página e algumas linhas, pelo que percebi continua o tratamento como um tema que precisava somente ser mencionado.

O paradigma "Não Inventado Aqui" faz parte do nosso modelo mental que acredito deveria ter mudado a muito tempo, teríamos aprendido muito copiando sem quebrar leis de propriedade intelectual é claro. O Vale do Silício e todas suas grandes empresas apresentam em seus históricos passagens cheias de estratégias de usar a cópia como base de seu sucesso. A Apple copiou da Xerox-PARC o conceito do mouse e do GUI (Graphical User Interface) a interface gráfica do usuário para criar o Sistema Operacional para o Macintosh e seguidamente a Microsoft copiou o conceito GUI da Apple para criar o Windows.


Observando e pesquisando a história como as grandes empresas japonesas se tornaram em potências de projeto de produto consegui formar algumas crenças. Uma delas é que parte das armas secretas do arsenal de P&D das empresas japonesas era a engenharia reversa como parte fundamental do processo de aprendizado acelerado. Esta abordagem os conduziu a entender e dominar tecnologias comendo etapas de pesquisas. Dentro da abordagem da engenharia reversa algumas ferramentas se destacam como é o caso do Delineamento de Experimentos (DOE). Quando os americanos descobriram que seu uso no Japão era intenso. Além do agito no mundo acadêmico a declaração de um gerente de uma grande empresa japonesa que afirmo que um engenheiro que não domina DOE não é um engenheiro surpreendeu os membros das missões americanas na busca por respostas da forma japonesa de tratar a qualidade e o uso de técnicas e métodos avançados de estatística. O DOE por um tempo se tornou um tema importante junto com o QFD e deu muito o que falar nos anos 90. O DOE tem origem no setor de pesquisas agricolas na Inglaterra e muito praticado nas áreas químicas e biológicas pelos americanos. O DOE e outras técnicas foram vendidas para os americanos como uma ferramenta que fazia parte do TQM Japonês ou mais uma das ferramentas da qualidade e se popularizou como tal junto com a sua versão moderna conhecida como Método de Taguchi. Curioso é que não foi dado o crédito ao uso do DOE na manufatura como uma dos principais instrumentos utilizados para realizar engenharia reversa. O próprio Taguchi relata que o Japão após a II Guerra era dependente tecnologicamente dos switches de telefonia de fabricação americana. No caso a NTT (Nippon Telephon and Telegraph) teve a missão de livrar o Japão desta dependência. Pegou e aplicou engenharia reversa aos Switches americanos. Utilizou o DOE, pesquisando através de experimentação altamente eficiente mais de 1000 variáveis do artefato, levando a rapidamente o Japão desenvolver e produzir os seus próprios switches de telefonia.


Somente como curiosidade para entender um pouco do potencial do DOE, se voce tivesse que investigar 10 variáveis e pudesse ter controle sobre estas variáveis em 3 níveis cada uma (exemplo: uma variável poderia ser temperatura de um processo e os níveis seriam 120oC, 180oC e 240oC) e que para encontrar a melhor combinação usando um fatorial gerando um número de possíveis combinações para achar a que resulta no desempenho mais perto do ótimo, seriam necessários testar mais que 59000 combinações. Com o DOE este número cai substancialmente, podendo chegar a uma combinação perto do ótimo no menor tempo e menor custo.


Poucos engenheiros entendem de DOE e pelo que conheço do trabalho de um engenheiro esta deveria ser uma das principais disciplinas de domínio para um engenheiro que se forma. Pode ser Método Taguchi ou o DOE ocidental como é o Response Surface dos autores americanos conhecidos por Box and Hunter2 .


A imitação é algo que se deve colocar mais claramente na mesa da estratégia da empresa e o uso de métodos apropriados. Existem várias obras sobre o assunto, mais quem trabalha o assunto que eu gostei muito é a proposta dos Professores Kevin N. Otto e Kristin L. Wood professores de Projeto de Produto de Engenharia (ver paper)


Metodologia de Engenharia Reversa e Reprojeto

terça-feira, 4 de maio de 2010

A PETROBRAS entre as top 50 das empresas mais inovadoras do mundo em 2010

Uma boa notícia para o Brasil estar bem representada entre as principais e a unica na América do Sul, mas enquanto isso os asiáticos vão ocupando espaço.

Mesmo na posição 41º a Petrobras é a única empresa da América do Sul este ano a fazer parte do ranking criado em 2005 pela Bloomberg BusinessWeek. Uma pena não poder enxergar outra empresa brasileira que possa ocupar um lugar nesta lista seleta. Pelo perfil das empresas que ocupam o quadro mostra que qualquer outra empresa brasileira que deseja entrar vai ter que inovar muito. Outros rankings mostram que o Brasil como um todo não está nada bem no que tange a inovação. Pelo ranking do INSEAD estavamos no rank 40º em 2007-2008 entre 132 nações, em 2008-2009 a coisa ficou feia fomos para no rank 50º. O terrível é que entramos em um processo de pioria continua, vejam o que aconteceu no ranking de 2009-2010 chegamos mais fundo a um vergonhoso 68º. A grande influência do ranking são a infra e o ecosistema que favorece a inovação. O ranking do INSEAD é impressionantemente dinâmico. A crise global também influenciou mudanças na liderança no ranking.


Vejam a lista dos 10 de 2008-2009 no ranking GII (Global Innovation Index):

1. United States

2. Germany

3. Sweden

4. United Kingdom

5. Singapore

6. South Korea

7. Switzerland

8. Denmark

9. Japan

10. Netherlands


Os Top 10 de 2009-2010 são hoje:

1. Iceland

2. Sweden

3. Hong Kong, China

4. Switzerland

5. Denmark

6. Finland

7. Singapore

8. Netherlands

9. New Zealand

10. Norway


A pesar dos pesares é bom ver a Petrobras na briga e pelo que consta a lista é das “grandes” empresas e não somente em tamanho senão em capacidade de ser diferente e com uma cultura de inovação forte. Há muito tempo lemos e ouvimos das proezas da inovadora Petrobras e pelo que percebi que está entre poucas no setor de energia da lista dos mais inovadores, e isso é importante visto que o futuro está apontando para a energia como o grande problema que será enfrentando por todos no planeta. Também estamos cientes e advertidos pelos principais pensadores e especialistas que apontam a necessidade de soluções inovadoras sustentáveis. A revista Exame aponta:

Segundo o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Carlos Tadeu Fraga, os projetos em andamento considerados mais inovadores são a perfuração de poços em águas profundas, o processamento submarino do petróleo produzido, a formulação de novos combustíveis, liquefação do gás natural a bordo de navios, produção de bio-combustíveis a partir de resíduos vegetais - como o bagaço de cana de açúcar, o reuso de água nas instalações industriais e a captura e o armazenamento de CO2 gerado nas operações industriais.

Fraga explica que a Petrobras usa parcerias tecnológicas com universidades e centros de pesquisa para desenvolver os estudos. "A empresa trabalha em conjunto com cerca de 80 instituições nacionais de pesquisa e desenvolvimento, espalhadas por 19 estados do País", completa. O investimento anual neste ramo tem sido de cerca de R$400 milhões, calcula o gerente. (Fonte Exame)

Este é um marco importante e faz parte dos vários sinais que a hegemonia americana mesmo ocupando os primeiros lugares está perdendo espaço (Apple, Google, Microsoft e IBM), o sinal forte é a tendência favorável para os asiáticos - 15 dos (Top) 50 são da Ásia.

The shift is more apparent when this year's class is compared with the first ranking in 2005. Back then, only six of the Top 20 were headquartered outside the U.S., vs. 13 of 25 this year. In addition a third of 2005's American champs—such names as 3M (MMM), Starbucks (SBUX), and eBay (EBAY)—no longer make the Top 50. (Fonte: Bloomberg BusinessWeek)

Para variar os chineses, koreanos e a silenciosa Singapura e Taiwan estão ocupando o espaço entre os inovadores que dominam o espaço, os japoneses estão caindo na lista, acho que estão muito ocupados em resolver os problemas de mais uma de suas crises econômicas.

Existe uma tendência que novas empresas do gigante asiático (a China) venham a ocupar cada vez mais posições, mesmo sendo atualmente um seguidor, a briga pela liderança no futuro é muito clara, é somente entendermos que o gigante ainda está acordando de um sono (ou pesadelo) de utopia comuna. Todo mundo fala mal dos produtos chineses e tudo mais, mais vejam claramente, onde são fabricados a maioria dos produtos das grandes empresas que alegam alta qualidade, acham que os chineses não irão aprender como se deve fazer qualidade? Dos produtos japoneses se falava a mesma coisa nos anos 60 e 70. Com todo esse capital concentrado na China acelerará o processo de aprendizado, e a coisa fica mais complicada quando tem qualidade e inovação juntos, o poder aumenta. Uma reportagem de 2003 na BusinessWeek aponta a aposta da China no Design. Quem não sabe que os chineses tem mais de 5000 anos de história em inovação e design, mas estão aprendendo a fazer design para o mundo todo e muito rápido.

That's a big change from a decade ago, when industrial design was virtually unheard of in China. Today the country boasts some 200 design schools that churn out as many as 8,000 graduates a year. Hundreds more top Chinese students are flocking to the best U.S. and European graduate programs in design. "The students are blazingly smart," says Patrick Whitney, director of the Illinois Institute of Technology's design school, which has a cooperative program with Tsinghua University's Academy of Arts & Design in Beijing.

Criar e fabricar (Design & Manufacturing) são componentes quando compostos enriquecem e com um mercado domestico continental a sinergia é poderosa, desvendando a pista que os fluxos de maior valor estarão se concentrando nas rotas e países do pacífico.