sexta-feira, 1 de junho de 2012

TECNOLOGIA - Com equipamento de US$2,00 brasileiros inovam na espectrometria de massas

Enviado por Alfeu - de Inovação Tecnológica
Invento com jeitinho brasileiro vira capa de revista científicaInvento com jeitinho brasileiro vira capa de revista científica


Com US$2,00 os brasileiros substituíram um equipamento de US$25.000,00, abrindo caminho para a popularização da espectrometria de massas. [Imagem: Schwab et al./Analyst]
Jeitinho inovador
Parece que o jeitinho brasileiro funciona também na ciência.
Pesquisadores brasileiros desenvolveram um equipamento de alta tecnologia usando recursos inacreditavelmente simples.
Jesuí Vergilio Visentainer, da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, liderou o desenvolvimento de uma fonte de ionização e dessorção de amostras para análise por espectrometria de massas.
Trocando em miúdos, é um dispositivo inédito, sensível e portátil, que promete simplificar a análise dos componentes químicos presentes em uma amostra de material.
Um equipamento desse tipo custa hoje cerca de US$25.000,00.
Jesuí resolveu o problema com US$2,00.
O aparelho foi construído com uma lata de ar comprimido, uma mangueirinha de soro, uma agulha de injeção e um capilar de sílica.
A inovação brasileira foi considerada tão marcante e criativa que mereceu a capa da revista científica Analyst, da Royal Chemical Society.
Invento com jeitinho brasileiro vira capa de revista científica
O invento brasileiro será capa da edição de Junho da revista Analyst. [Imagem: RSC/Analyst]
Espectrometria das massas
espectrometria de massa, até poucos anos atrás, era considerada uma técnica de elite, cara e complicada.
Aos poucos, graças a avanços em instrumentação e ao desenvolvimento de técnicas revolucionárias de ionização, a técnica já está disponível em laboratórios de quase todo o mundo.
Com a inovação brasileira, a espectrometria de massa poderá se transformar em "espectrometria das massas", popularizando-se de vez.
"A ideia é ver o dispositivo disseminado, e não apenas em laboratórios de análises. Uma dona de casa poderia verificar se o tomate está contaminado, e o marido, se o vinho e a cerveja são de qualidade. Costumo brincar que a espectrometria de massas é um canivete suíço," diz o professor Marcos Eberlin, da Unicamp, que coordenou o estudo.
Patente e mercado
Jesuí cita ainda o exemplo das competições esportivas, onde o aparelho poderá ser usado para a realização de exame antidoping.
O material a ser analisado é recolhido através do equipamento e pulverizado em um espectrômetro portátil - o exame ficaria pronto em cerca de 30 minutos.
Um pedido de patente do equipamento foi feito conjuntamente pelas universidades de Maringá e Campinas, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Segundo o professor Jesuí, já há empresas interessadas em produzi-lo.
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Dispositivo desenvolvido no IQ é destaque de capa
da Analyst

24/05/2012 - 16:30

  • Dispositivo inédito criado por Jesuí Visentainer: simples, sensível e portátil
  • Marcos Eberlin, orientador: pela popularização da espectrometria de massas
Dispositivo inédito criado por Jesuí Visentainer: simples, sensível e portátil
Dispositivo inédito criado por Jesuí Visentainer: simples, sensível e portátil
Marcos Eberlin, orientador: pela popularização da espectrometria de massas
Marcos Eberlin, orientador: pela popularização da espectrometria de massas
É um trabalho que mereceu capa da revista Analyst, importante publicação da área de química: com uma lata de ar comprimido, um cateter cirúrgico, uma agulha de injeção e um capilar de sílica, o professor Jesuí Vergilio Visentainer, da Universidade Estadual de Maringá, desenvolveu um dispositivo inédito, sensível e portátil que promete simplificar a análise de variados componentes químicos. Trata-se de uma fonte de ionização e dessorção de amostras para análise por espectrometria de massas (entre outros métodos), fruto do estudo de pós-doutorado que o pesquisador realizou no Instituto de Química (IQ) da Unicamp, sob a orientação do professor Marcos Eberlin.

Eberlin explica que a espectrometria de massas, antes considerada uma “técnica das elites”, vem se transformando em uma “técnica popular” graças a grandes e recentes avanços em instrumentação e ao desenvolvimento de técnicas revolucionárias de ionização. “Eliminamos etapas como de preparação de amostras e separação cromatográfica. Jesuí Visentainer criou uma fonte de ionização completa a um custo de dois dólares, quando o processo, normalmente, pede um equipamento de 25 mil dólares.”

O pedido de patente do dispositivo já foi depositado em fevereiro último, junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), conjuntamente por Unicamp e UEM. Para Marcos Erbelin, o equipamento é multiuso, servindo para analisar componentes de perfumes, fármacos, biodiesel, defensivos agrícolas. “E qualquer pessoa poderia usá-lo, depois de aprender a fazer a medição. A ideia é ver o dispositivo disseminado e não apenas em laboratórios de análises. Uma dona de casa poderia verificar se o tomate está contaminado, e o marido, se o vinho e a cerveja são de qualidade. Costumo brincar que a espectrometria de massas é um canivete suíço.”

Segundo o pesquisador da Unicamp, há uma tendência à miniaturização dos equipamentos e os trabalhos do seu grupo, dentro do Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas, visam desenvolver técnicas aplicáveis ao dia a dia. Seguidor do lema “massa para as massas” e defensor do emprego da técnica “por todos, a todo tempo e em todo lugar”, Marcos Eberlin tem concedido palestras sobre “A espectrometria de massas do século 21: rápida, sensível, seletiva, fácil, universal e de baixo custo”. “A capa da Analyst foi um grande reconhecimento”, afirma.

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